sexta-feira, abril 28, 2006

Muito barulho por nada - parte 1

Joseph Belmont estava ligeiramente... constrangido. Arwen por sua vez, não percebeu de imediato o que havia acontecido. Estava muito perdida em suas conjecturas para notar qualquer outra coisa externa ao seu mundinho. Até que olhou para os lados. Os grupos maiores de alunos já haviam ido embora e apenas algumas "duplas" permaneciam ali. Enquanto isso, Josh observava o grande movimento do local onde estavam, com meia dúzia de casaizinhos se agarrando, "talvez por causa do frio" - pensou o rapaz. E a grifinória pousou os olhos no corvinal de cabelos cinzentos parado diante de si. Completamente sem jeito, desconcertado. As orelhas avermelharam, e avaliar o ambiente local não foi uma das melhores coisas que ela poderia ter feito. O rapaz tentou começar uma conversa para melhorar o clima um tanto adverso que parecia pairar ali.

- Você não me parece muito bem... Aborrecida com alguma coisa?

Ela arregalou os olhos. Num ato súbito, mexeu as mãos rapidamente procurando algo para segurar enquanto suas bochechas queimavam. Pegou um dos cardápios ainda na mesa e enfiou a cabeça nele. Josh, de onde estava, só podia enxergar uma pasta de couro aberta entre as mãos da garota, um cocoruto negro emergindo por cima dela e duas pontas de orelha.

- Não é nada demais... - resmungou baixinho e tão rápido que mal se fez entender.

Silêncio de novo. Ela arregalava cada vez mais os olhos na medida em que lia o cardápio do local. Cada drink com um nome mais... estranho que o outro! "Love is in the air, Blue passion, Love story, Sex on the beach... SEX ON THE BEACH??? Merlim, onde vamos parar???" - ela lia mentalmente as bebidas disponíveis na casa e corava cada vez mais. Após alguns instantes, ouviu a voz do corvinal fazendo seu pedido à garçonete.

- Um uísque de fogo, por favor.

- DOIS! - a marota se pronunciou rapidamente, ainda sem tirar a cara do menu.

Belmont estranhou, olhando Arwen de canto de olho, um tanto asssustado. Não sabia que menininhas comportadinhas bebiam uísque de fogo. Se bem que uma garota que recebe o apelido de Marota não deve ser lá tão comportada... Deve ter seus méritos... Mesmo assim, ela não tinha cara de quem era acostumada com uísque de fogo ou coisas do gênero.

- Hmm... deve ter alguma coisa mais leve... - disse o garoto pegando um dos cardápios. Porém, ao ver o que havia neles, acabou desistindo da sugestão - Não, deixa pra lá. - completou um pouco encabulado.

- É, é melhor assim... Melhor mesmo... É sim, vou beber isso mesmo, enquanto o povo não volta. - respondeu enquanto recolhia rapidamente todos os cardápios da mesa e entregava de volta para a garçonete - Eles vão voltar né? - pausou olhando para a porta - Bebi muito chocolate quente, preciso de algo mais... sustante. - e arrematou com um sorrisinho cínico e forçado, enquanto cruzava os braços e apoiava-os na mesa.

Belmont olhava a menina. Ela agia de maneira tão estranha e tão incoerente com o pouco que ele já havia conhecido da personalidade dela que não pôde deixar de pensar no óbvio: havia algo errado acontecendo. Olhou curioso, quase intrigado para Arwen, o que a fez enrubrescer de novo. Logo a garçonete voltou trazendo as bebidas ("Graças a Deus!!!", pensou a marota encurralada). Joseph insistiu.

- Você está estranha... Tem certeza de que está tudo bem?

A semi-elfa respirou fundo sem olhar para o rapaz e virou o copo de uma vez. Josh agora arregalou os olhos realmente assustado, quase descrente para a grifinória. Ela entretanto, sentia-se mais calma depois de um primeiro golinho no seu uísque. Um pouco (mais) tonta, talvez. Olhou para o rapaz sentado à sua frente. Decidiu por fim.

- Você tem razão... De fato... Não, não estou muito bem, mas são problemas muito... pessoais, se é que me entende, não acho que seriam interessantes para outras pessoas. Não vou te chatear com isso. E nem são problemas de verdade, é mais minha curiosidade que me faz... Ah, deixa pra lá.

- Se eu puder ajudar... Sou todo ouvidos.

Arwen pediu outro wisky de fogo. Olhava o copo vazio à sua frente e pensava se incomodaria o colega com suas bobagens ou não. Decidiu que precisava conversar com alguém. Na realidade, sentia uma vontade incrível de falar, e falar e falar até não agüentar mais, e já que o moçoilo se colocava tão à disposição... E disparou.

- Então eu nasci em Londres numa tarde de primavera quase verão e minha mãe era medibruxa e meu pai era auror daí eu cresci e ele morreu quando eu tinha 10 anos e todo mundo achava que era acidente de trabalho já que ele trabalhava com vampiros mas daí minha mãe me criou eu vim pra Hogwarts e então Voldemort matou minha mãe e o Legume sumiu quando eu descobri que era herdeira de um reino escondido de gente orelhuda e hoje o tio Lupin me contou que meu pai era legal e minha mãe já foi peguete dele e então eu ganhei uma boneca que fala e...

A menina falava tão rápido que mal se entendia as palavras que pronunciava, quem dirá o que ela queria dizer. Joseph não se agüentou e desatou a rir. Ao ouvir as gargalhadas do corvinal, Arwen parou repentinamente seu falatório e olhou brava pra ele, com as mãos na cintura.

- Tá achando graça de que? Minha história é uma tragédia, você não percebeu?

- Não.

- Como assim, "não"?

- Não percebi, oras. Pra falar a verdade nem entendi uma única palavra do que você disse. De repente, se você me contasse com mais calma eu poderia até me sensibilizar...

* cara da Zoreia nesse momento: ¬¬*

Continua, lálálálá...
Pelas risadas de Arwen Potter e Joseph Belmont
Arwen Lórien Potter às 09:21 h

domingo, abril 23, 2006

Uma cilada para Arwen Potter

Mal o professor Lupin se retirou do Madame Puddifoot se escondendo debaixo de uma grossa capa e a trupe recém-chegada já se acomodava onde a grifinória das zoreias estava. Foi necessário juntar algumas mesas para comportar o grupo. Enquanto as pessoas se agitavam puxando mesas e cadeiras, Arwen observou um elemento não anteriormente visualizado no bando. Era uma garota pequena, quase do tamanho de um malão tamanho único de Hogwarts, de longos cabelos castanhos e uma franja rebelde caindo na testa e imaginou logo quem seria. Quando todos estavam a postos, Bill tomou a dianteira.

- Zoreia, esta é Julianne Saint-Clair, minha amiga da Lufa-Lufa. Julianne, esta é Arwen das Zoreias Potter, marota por usocapião e quintanista da Grifinória. O resto eu já te apresentei lá fora, Ju.

Arwen sorriu para a menina, estendendo a mão para um cumprimento. Dani Lupin tiritava ao lado de Tomas Bittes e batia os dentes enquanto agradecia a Merlin por estar novamente debaixo de um teto. Alexis tinha um sorriso estranho, sarcástico no rosto - mais sarcástico do que o habitual, por assim dizer. Deu um cutucão na amiga orelhuda que estava sentada ao seu lado, murmurando:

- Então, vai contar o que rolou ou não vai?

- Agora não... - respondeu Arwen.

Pediram cardápios. O povo estava congelando e precisava de bebidas quentes.

Todos pareceram se remexer ao pegar os menus. A neve batia fortemente nas janelas do lugar, fazendo um barulho que se misturava ao ruído do vento. Mesmo dentro do aquecido pub, ainda era difícil lembrar que possuíam dedos nos pés.

Bill, que estava ao lado de August, sentiu um tapa na cabeça. Olhou para August, que estava com os dois braços esticados tentando pegar o cardápio sem dobrá-los.

- Opa... Desculpa Bill, meu cotovelo congelou.

August esbarrou em mais algumas pessoas, até que finalmente conseguiu pôr os braços à frente do corpo, e levantar o cardápio com o auxílio de uma colher.

- Não vai beber nada, Orelhudinha? - interrogou a Lupin, ao ver que sua amiga não escolhera nada no menu.

- Agora não, estou com chocolate quente até as pontas das orelhas.

Dani olhou para Alexis. Alexis olhou pra Dani, que olhou para Purple. Que por sua vez, olhou pro restante do povo. Enquanto Arwen fuçava na boneca que ganhara, todos trocavam olhares engraçados enquanto liam o conteúdo do cardápio. August segurou algumas risadinhas abafadas e comentavou com Bill:

- Aew Bill... que tal experimentar um desses "Calor de Cabo-a-Rabo", para dar um jeito nesse frio?

- Acho melhor aceitar a minha idéia de chupar cabelo congelado...

- Olha o nome dos drinks, Dani! - falava Tom incrédulo olhando o cardápio - Caldeirão da paixão. Mas diz aqui que só pode ser tomado por bruxos maiores de 17 anos. Vamos experimentar um dia?

- Tom, pelo nome do drink eu não quero nem imaginar quais são os efeitos colaterais. - Falava a corvinal assustada.

A Lobinha mais uma vez encarou Alexis decidida, meneou a cabeça positivamente e se levantou.

- Hmmm... Esse cardápio não me parece muito apropriado para um dia como hoje - dizia Lupin sorridente - Vamos procurar um lugar mais badalado? Acho que um pouco mais de calor humano vai nos fazer bem. Aqui tá meio... xoxo, e esse cardápio... - deu um puxão no noivo, levantando-o da cadeira.

Alexis concordou e se levantou também.

- Vamos cambada, de repente o 3 Vassouras está mais animado que aqui, e os drinks de lá pelo menos são mais conhecidos... Hmmm, cerveja amanteigada!

O restante do grupo concordou e também se levantou. A srta. Dumbledore, mais rápida que um hipogrifo com dor de barriga a procura de um lugar higiênico para afogar as mágoas, postou fortemente a mão no ombro de Joseph Belmont, impedindo-o de se levantar.

- Mas eu não acho prudente irmos todos. Se não tiver lugar para todo mundo? Acho que a Zoreia deveria ficar aqui segurando as nossas mesas, não? - e riu soturnamente enquanto olhava para a amiga - E o Josh fica te fazendo companhia até decidirmos onde nos instalaremos. Assim que decidirmos, alguém vem buscá-los, OK?

Sem dar tempo para as vítimas se manifestarem, saíram todos rapidamente da casa de chá, enfrentando novamente o vento frio a procura de mais badalação.

Escrito por todo mundo aí em cima.
Arwen Lórien Potter às 22:33 h

domingo, abril 09, 2006

Marotas Kid - A Hora da Verdade - Final

Arwen corou com os últimos comentários do ex-professor de Defesa Contra a Arte das Trevas, Remus Lupin.

- Sei disso, professor... - respondeu baixinho a menina - Ela nunca teve esses orelhões, mas me alertou que um dia, eu poderia ter... Mas vamos direto ao assunto, por favor - a menina agora quase implorava - O que o senhor sabe? Por que tanto mistério? Ou sou eu que estou fazendo tempestade em copo de suco de abóbora?

Lupin encarou seriamente a garota um tanto aflita diante de si.

- Comecemos então pelo lado mais fácil. O meu ponto de vista. Digamos que eu tenha chateado sua mãe com minhas limitações durante a escola. Por motivos próprios, preferi nunca tocar no assunto. A bem da verdade, preferi tentar esquecer tudo o que aconteceu.

A garota agora olhava para o professor com cara de interrogação. Não estava entendendo bulhufas.

- Ehrr... Desculpa, tio Lupin, mas... Tem como ser um pouco mais claro?

Agora foi a vez de Lupin corar um pouco. Mesmo assim, prosseguiu.

- Sua mãe era uma grande amiga. Digamos que por algum tempo, ela confundiu um pouco os sentimentos... E acabou me confundindo também. No fim das contas, eu nunca pude assumir nada com pessoa alguma e você, mocinha, sabe bem o porquê, e não contei à Liv os reais motivos que me levaram a afastar-me dela. Esse foi o grande erro. Ela ficou magoada, e com razão. Eu simplesmente me afastei. Ela saiu do time de quadribol, se afastou dos meus amigos e, graças a Merlin, seu pai entrou em Hogwarts para um intercâmbio algum tempo depois e acabou conquistando a visada Spellman. O resto você já sabe. Casaram e tiveram essa menina bonita que está aqui conversando comigo agora.

Arwen se sentia diferente. Era bom e ruim ouvir aquilo. Mas a balança do coraçãozinho da grifinória pendia mais para o lado bom de tudo e queria ouvir tudo que ele pudesse contar. Mesmo que fosse insignificante, mesmo que fosse irrelevante.

- Conte mais, professor. Como ela era?

- Ora, me espanto de que Liv nunca tenha contado nada sobre as artimanhas dela na escola pra você! - riu discretamente o ex-professor - Bom, vamos lá. Ela era impossível. Não tinha trava na língua, era altiva, exímia artilheira, boa amiga, companheira, divertida, estudiosíssima - nesse ponto, Lupin fez uma careta de reprovação para Arwen, como se ela fosse o oposto da mãe nesse ponto; o que não era de todo mentira - e esplendida e estonteantemente linda. Acho que não havia um só garoto na escola que pusesse os olhos nela e não levasse um susto, tamanha a beleza de sua mãe. Acho que isso faz parte da herança élfica de vocês... Ela e Lily Evans, mãe do seu... Legume, eram as garotas mais populares de Hogwarts.

Arwen sorriu, satisfeita, e Lupin continuou.

- Era realmente linda e sabia disso. Gostava de ver os garotos babando por onde ela passava. Ela tinha habilidade para conquistar quem quisesse, pois não só era muito bonita como era consciente desse fato, o que fazia dela uma garota impressionantemente determinada. Acredito que a única bola fora de Liv tenha sido eu.
Não podia contar a ela o que acontecia comigo. Acredito que ela só tenha tomado conhecimento da minha situação quando tudo veio à tona, aqui em Hogwats, há 3 anos...

- E ela era namoradeira, professor? - Arwen adotou um certo tom de reprovação na voz, nunca imaginou sua mãe na boca do povaréu em Hogwarts.

- Não, não era. Tinha bons amigos, mas que eu saiba, teve dois namorados durante a escola. Um sonserino, Max Fierman, isso lá pelo quarto ano... E depois, seu pai. Mas isso não impediria que mais da metade dos garotos da escola tentassem sair com ela, não?

- Falando em amigos... - Arwen se abaixava de novo para pegar um diário na mochila, tirando algumas fotos de dentro dele - O senhor então conheceu essas pessoas aqui, certo? - concluiu mostrando a bendita fotografia dos dois casais, onde a moça de olhos lilases e o rapaz de óculos acenava pra ela ao lado de seus pais.

Lupin pegou a fotografia na mão e sorriu ternamente.

(Off: Clique AQUI para ver a foto.)

- Sim, querida, conheci. Callista Graham era a melhor amiga da sua mãe, artilheira do time de quadribol como ela. Inseparáveis. E Andrey Storm, praticamente um irmão adotivo da sua mãe. Eram namorados na época, ele e Graham. Depois se casaram e tiveram um filho. Sei pouco do que aconteceu após o término dos nossos dias em Hogwarts como estudantes - ele agora parecia etéreo, mais pensativo que nunca - Os tempos eram cada vez mais difíceis, o mal se disseminava com tanta rapidez que mal podíamos acreditar.

- O filho deles se parece com ela, tio Lupin? - indagou imediatamente se lembrando do sonserino Purple.

- Não sei, Arwen, não cheguei a conhecê-lo... Como eu lhe disse, sei de muito pouco depois que terminamos os estudos. Talvez o mesmo que todos que viveram aqueles dias...

- E o senhor sabe onde foram parar essas pessoas?

- Infelizmente, não. - respondeu tirando alguns recortes do Profeta Diário do bolso - Você nasceu numa época de paz. Mas mesmo durante os dias de paz, atrocidades aconteciam, porque os seguidores Dele não se conformavam com o seu desaparecimento. Durante anos ocorreram horrores eventuais, torturas, assassinatos... Bom, o que sei sobre Graham e Storm é isso - e estendeu os recortes para que Arwen pudesse pegá-los.

A pequena semi-elfa lia o primeiro recorte. Uma casa inteira destruída, toda a família dentro, e desde então, o desaparecimento do casal de aurores. Fora um ataque terrorista, possivelmente vingança por algum comparsa morto durante os dias negros. Destruíram e queimaram a residência dos Graham num dia de festa. Os olhinhos élficos da marota de orelhas pontudas brilharam mais que o habitual.

- Eles morreram então?

- Ninguém sabe. - disse Lupin sombiamente - Não estavam entre os corpos encontrados nos escombros, mas haviam certamente saído de casa para a festa familiar. Uma tragédia.

- Sim... - a vozinha quase sumida, um tanto abalada, retrucava o comentário. Enquanto isso, os dedinhos ágeis percorriam outros recortes e um em especial lhe chamou a atenção. Uma fotografia do seu pai na primeira página do Profeta Diário? Leu avidamente o pedaço de reportagem em suas mãos e em seguida, olhou incrédula para o professor.

- Assassinado? Como assim? Minha mãe disse que... Bom, sim, ele foi assassinado, mas não desse jeito como colocaram aqui, não? Ele estava a serviço, era auror, lidava com vampiros, mas... uma armadilha?

A mente da garota agora estava aos rodopios.

- Bom, especularam muito sobre o assunto e na ausência de provas, ficou o dito pelo não dito. Sua mãe não mentiu pra você. O que ficou fechado no inquérito foi exatamente isso. Mas não me convenceu, nem a ninguém. Não havia sinais de rebelião em nenhum lugar do mundo quando seu pai foi convocado para apoiar a força americana anti-vampiros. Foi um chamado inesperado e muito estranho. E em seguida, a triste notícia. E somente ele morreu nessa missão. Nenhum outro auror sofreu sequer um arranhão. Nunca se soube exatamente o que aconteceu, quantas pessoas haviam, nem nada.

A garota calou-se, observando o pedaço de jornal.

- Pode ficar com eles, se quiser. - Ofereceu Lupin - E eu trouxe uma coisa para você.

Tirou de uma sacola uma boneca bonita, porém esquisita. Parecia ter vida. Entregou como se fosse um tesouro nas mãos de Arwen.

- Era de sua mãe, foi presente da Graham. É uma boneca-diário. Sua mãe conversava muito com ela... Acabou ficando comigo graças ao desentendimento que tivemos. Acho que ela agora é sua.

Arwen apertou a mão da boneca, que disparou como um gravador. A voz de Liv ecoava vindo de dentro do brinquedo, contando suas confidências sobre o assunto que, no final das contas, nem era tão escabroso assim. A grifinória fez a boneca se calar e a abraçou. Saudade da vida que tinha antes de tudo aquilo.

No íntimo, sentia raiva de si mesma. Descobriu muita coisa, mas realmente estava fazendo tempestade num copo d'água. Afinal, descobrira muito sobre sua mãe, mas os motivos que levaram a todo aquele suspense eram tão... comuns! Talvez o espírito Marota Holmes tivesse contagiado demais sua cabecinha de vento. Começou a sentir raiva de si mesma por ser tão abelhuda. Tanta apreensão para uma resposta tão... simples! E os amigos da sua mãe... Nem ao menos se sabia se estavam vivos. Provavelmente não. Sentia-se frustrada. No entanto, outra coisa agora a incomodava. O mistério envolvendo a morte do pai. Mas não seria ela quem descobriria nada, estava cansada de ser uma marota detetive. Todos os aurores do Ministério da Magia trabalharam em cima disso, definitivamente não seria ela quem salvaria o mundo.

- Quer perguntar mais alguma coisa? - Lupin interrompeu o devaneio da menina.

- Não, professor. Muito obrigada pela sua paciência.

- Posso te pedir um favor?

- Claro, professor.

- Deixe-me ver o seu anel?

Ela delicadamente estendeu a mão esquerda, onde estava o anel de pedra azul clara. Lupin segurou a mão da menina, contemplando-o.

- Ele é mais útil a você do que foi pra ela... Lembro do dia que o guardei... Bom, vamos mudar de assunto.

Como sua mãe jamais mencionara nada sobre poderes extraordinários do anel que usava, Arwen apenas balançou a cabeça concordando. E ela também preferia mudar de assunto. Sabia que Lupin havia encontrado o anel de Liv depois do seu assassinato.

Ouviram ruídos, cochichos e sussuros do lado de fora da casa de chá, mesmo com o vento sibilando. Lupin então sorriu marotamente, e falou mais alto.

- Ok, vocês já podem entrar.

Alexis e Dani entraram um tanto coradas por terem sido flagradas tentando ouvir a conversa com orelhas extensíveis, mas infelizmente chegaram já no final do papo-cabeça. Atrás delas um batalhão entrou na casa de chá: Tomas Bittes, Daryl Purple, Bill MacMillan, August Longbottom e Joseph Belmont. Remus Lupin se levantou, curvando o corpo cumprimentando a garota que continuava sentada.

- Agora é hora de você ir se divertir também.

Despediu-se da filha de coração com um beijo na testa e saiu do Madame Puddifoot, deixando Arwen, a boneca e um punhado de amigos.
Arwen Lórien Potter às 09:52 h

sexta-feira, abril 07, 2006

Marotas Kid - A Hora da Verdade - Parte 3

No episódio anterior, as Trapalhonas, ops, as Marotas Alexis e Arwen estavam interessadíssimas em canetas que cospem fogo e afins enquanto a ex-de novo-lupina Dani conversava com seu ex-quase-futuro-adotivo-de coração papai, o poderoso Lupão. A confabulação familiar terminou, os dois se acertaram e viveram felizes para sempre, mas antes do happy end derradeiro, ele ainda tinha mais algumas explicações para uma certa marota orelhuda.

Estavam entretidas com as maravilhosas canetas e pergaminhos perfumados ("aaatchiiiim! Droga de perfume, eu sou alérgica, lembra, dona Arwen???"), mas na realidade, com os pensamentos bem ali atrás delas, torcendo para que sua amiga deixasse de ser cabeça-dura e finalmente se entendesse com o pai adotivo. Logo, Arwen não se surpreendeu quando sentiu a aproximação dos dois em direção a elas e virou-se antes que eles chegassem.

- Aqui está dona Zoreia. Eu disse que você queria trocar umas idéias com ele... - Dani Lupin esticava a mão do pai para a amiga.

Arwen sorriu para os dois. Silêncio. Ela olhava para os lados, e outra vez para o ex-professor, já não tão risonha.

- Então, Zoreia??? - apressava Alexis - Desembucha, minha filha, o professor Lupin não deve ter o dia todo pra ficar olhando pra cara da gente, não?

A grifinória de orelhas pontudas corou.

- Vamos ter platéia, é? - resmungou baixinho.

- Acho que vocês já devem estar entediadas de ficarem aqui no meio dos pergaminhos, não? Por que não vamos a algum lugar tomar alguma coisa? - sugeriu Lupin - nesses dias, acho que o 3 Vassouras deve estar muito cheio... O Cabeça de Javali pode ser ruim para mim por motivos... pessoais. Que tal o Madame Puddifoot? Acho que deve ser o mais tranquilo do vilarejo. Assim conversamos com calma.

- Aff papis, você é mesmo um gênio, eu estou mesmo precisando de um chocolate quente e...

- Vocês duas vão passear noutro lugar, depois nos encontram lá, não é, srta. Potter? - exclareceu o ex-professor, dando uma piscadela de olho para Arwen.

- AAAAAAAHH NÃO! - Dani protestava - Não é justo!!! Nós também queremos xeretar, quer dizer, nós também queremos compartilhar a dor das lembranças da nossa amiga! E além disso, pô pai, pega mal pra caramba você sozinho no Madame Puddifoot com uma menininha que tem idade pra ser sua filha né?

Mesmo com o rosto magro e semblante cansado, Lupin não aguentou e deu uma gargalhada.

- Não se preocupe, Lobinha, ninguém vai pensar nada demais e logo logo vocês já podem ir para lá também. Que tal passearem na Dedosdemel enquanto isso?

Sairam da loja de pergaminhos e o vento cortava a pele como navalha, mesmo com todo o arsenal anti-frio das meninas. As garotas se despediram de Lupin e Arwen e rumaram em direção contrária a que eles iriam seguir. O lobo do bem estranhou.

- Ow, a Dedosdemel não fica desse lado? Achei que vocês fossem nos acompanhar na descida da rua...

- Nah, vamos primeiro à Zonkos ver se tem alguma novidade...

- SE ela estiver aberta... - riu o professor. - Não toma jeito mesmo essa Lobinha!

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Durante a curta caminhada, enquanto o frio impedia a garota de dizer qualquer coisa, ela observava a quantidade de lojas fechadas. Haviam poucos alunos na rua, a maioria desses voltando para o castelo antes do almoço. Quando deu por si, chegaram à casa de chá. De fato, deveria ser a loja destinada a delícias comestíveis mais vazia do povoado de Hogsmeade naquela manhã gelada. Poucos casais se encontravam por ali, alguns poucos pequenos grupos de alunos mais reservados e só. Arwen acreditou que os namorados preferissem estar no aconchego do castelo junto às lareiras do que ali, no meio do gelo.

Sentaram-se numa mesinha e pediram chocolate quente. Lupin olhava a menina diante de si, com um semblante amável e carinhoso. Arwen retribuiu o olhar, enigmática.

- Então, mocinha? O que você tem de tão sério para tratar comigo? - ele começou a conversa.

A garota não respondeu. Virou-se na cadeira, abaixando para pegar algo em sua mochila no chão. Retirou um livro de capa de veludo vermelho e letras douradas. Afastou sua xícara de chocolate para a direita, depositando o livro diante de si.
Olhou de novo para o professor, mas estranhamente, a expressão no rosto dele ainda era a mesma - divertida.

Ela abriu o livro - O Anuário de Hogwarts de 1978 - indo direto na página que se encontrava o nome de Liv Spellman, marcando-o com o auxílio de sua varinha com um acento luminoso no canto superior da página. E depois, mais para o meio do livro, encontrou o nome de Remus Lupin.

- Professor... - começou ela corando, porque sabia que ele não gostava muito que usassem esse título para ele, mas não adiantava, pra ela Lupin era professor e ponto - Recebi faz pouco tempo meus pertences e encontrei isso. Não entendo, sempre fui muito ligada aos meus pais, mais ainda à minha mãe, mas de repente percebi que não sei nada sobre ela. Nem sobre meu pai. Nem sobre nada. Como o senhor foi um dos principais incentivadores para que eu começasse a busca sobre a minha verdadeira identidade, fiquei muito surpresa ao ver que minha mãe era sua colega de turma. E nenhum de vocês mencionou coisa alguma. Pra dizer a verdade, nem sobre os pais do Legume... - ela parou de chofre e engoliu seco, afinal Harry era um dos queridinhos do professor Lupin.

- Legume? - o lobisomem erguia as sobrancelhas de um jeito enigmático e engraçado, fazendo com que a grifinória ficasse mais escarlate que as listras do cachecol que estava no seu pescoço.

- Ahn... Apelido carinhoso para ex-namorados insensíveis, professor, inclusive usado pela primeira vez pela sua filhota, mas isso não vem ao caso agora - ela contornou a situação, com uma dextreza que a surpreendeu - O caso é que, sabendo que o Leg... bom, Harry Potter era uma pessoa querida para mim, e que Dani é uma das minhas duas melhores amigas, por que ninguém me contou nada? Seria natural que minha mãe dissesse, "nossa, você é amiga da filha do Lupin! Estudei com ele em Hogwarts", ou o mesmo para os Potter, ou até mesmo quando eu reclamava do sebos... Hum, - fingiu uma tossezinha muito da fajuta - do professor Snape. Mas nem nada. Nem o senhor quando me conheceu. Muito estranho! Quero saber mais, e acho que o senhor pode me ajudar.

Lupin agora parecia mais sério, embora conservasse um certo ar de tranquilidade e nada surpreso com as indagações da garota.

- Já esperava por isso. - e adiantou-se ao ver a cara de espanto da menina - Afinal, tenho meus contatos com uma certa Inominável, que não foi auror por opção e que joga no mesmo time que a gente. Não sei se posso ajudar muito, mas responderei o que quiser, desde que esteja ao meu alcance.

- Marjorie McGonagall?

Ele concordou com a cabeça.

- Suas orelhas estão mais pontudas do que da última vez que a vi, nas férias...

- Hã? - Arwen interrogou preocupada, palpando as orelhas - Tá tão ruim assim? Vou virar um monstrinho, um Dobby talvez?

Lupin riu da ingenuidade da menina.

- Não minha querida, suas orelhas estão mais pontudas, mas estão lindas. Aliás, desde que a conheci eu pude deduzir quem seriam seus pais... Afinal, você é extremamente parecida com ela... Exceto pela cor dos olhos... Parabéns srta. Potter, você está tão linda quanto era sua mãe na sua idade. E quanto às suas orelhas, não se preocupe com elas, você viu as da Senhora de Lothlórien. Achou ela feia?

- Não! De jeito nenhum, muito pelo contrário... Ela é linda!

- Então... - ele fez uma pausa - se suas orelhas continuarem mudando, o máximo de tamanho e forma que elas atingirão serão aqueles como os dela. Sua mãe não tinha essas orelhas...

Continua...
Arwen Lórien Potter às 15:32 h


Marotas Kid - A Hora da Verdade - Parte 2

Como vimos no post anterior, as três patetas, digo, as três marotas foram para o tão esperado passeio a Hogsmeade para comprar muitos doces e fazer muitas marotices. Mas antes da diversão, tinha a parte séria, e a marota Avoada encontrou Remo Lupin por entre as prateleiras da loja de penas e pergaminhos ...


- E eu não ganho nem um abraço depois de tanto tempo longe da minha lobinha favorita?

Dani pareceu considerar um instante tal pergunta. Mas não podia negar que gostava muito dele e não iria contrariá-lo mesmo se sentindo um pouco confusa. Deu um abraço. Mas não era nem de longe semelhantes aos que ela costumava dar antes de saber a verdade. Era como se estivesse abraçando um...

- Amigo? Você acha mesmo que esse abraço fajuto e muquirana está me convencendo? Depois de tantos meses sem ver minha pequena marota?

Dani largou do abraço e olhou séria para ele. Ele entendeu rapidamente e passou as mãos sobre a cabeça, como se estivesse nervoso e um pouco confuso sobre como iria começar a conversa.

- Sei porque você está me olhando assim. Sei porque você está agindo assim. E você sabe que eu não podia contar nada sobre a profecia. Eu e a Joanna tememos muito que algo pudesse acontecer. Há muitos mitos em torno de profecias, por isso que tem inclusive uma sala só delas no ministério. Mas sempre te amamos muito, como nossa filha verdadeira. E você me fez acreditar muitas vezes que tinha herdado muito de mim. Inclusive suas marotices.

Dani ainda olhava muito séria para Lupin. Ele segurou as mãos da menina e prosseguiu:

- Mas a realidade é que eu nunca quis ter um relacionamento com alguém por conta da minha condição lupina. Nunca quis que ninguém corresse riscos por ficar perto de mim, e que coisa o destino fez: colocou um bebê no meu caminho.Fiquei muito emocionado por você não ter se machucado e sempre quis ter uma filha. Lógico se eu não fosse assim... diferente. E preferiria ter morrido a ter te machucado. Coisa de pai, não acha?
Dani assentiu com a cabeça, mas nada falou.

- Vai me dizer que o lobo comeu a sua língua? Estou ficando preocupado.

- Eu entendo. Só queria saber da história e dos motivos que o levou a seguir a profecia por você, pai.

Ao ouvir as palavras da menina os olhos de Lupin (Lupin pai e Lupin filha postiçamente marota) se encheram de lágrimas. Eles se abraçaram mais uma vez.

- Pai, promete que você vai ficar bem com aqueles lobos carnívoros comedoras de crianças que fazem xixi na cama? Me preocupa bastante saber que você anda com esses lobos maus.

- É, eles não são tão amigáveis assim. Mas aparentam acreditar que eu realmente virei um lobo mal. Mas, não foi a Joanna que te contou isso foi?

- Não. Foi um certo roedor traidor de uma figa que é pai de uma de minhas amigas.
Mas por favor não suma. Agora como uma boa menina que sou, vou pôr em prática uma das boas maneiras que você me ensinou.

- Qual?

- Compartilhar. Tenho uma amiga, uma de orelhas pontudas, com cara de elfa, um pouco Tonta. Ela está precisando conversar com você. Vamos até ela.

E os dois seguiram de mãos dadas em direção as duas marotas.

Continua ...

Escrito por Dani Lupin.
Arwen Lórien Potter às 15:31 h

domingo, abril 02, 2006

Marotas Kid - A Hora da Verdade - parte 1

Arwen penteava os cabelos enquanto ouvia o uivo sinistro do vento cortante do lado de fora da janela. Alexis ainda estava deitada, criando coragem para se levantar e se preparar para um passeio num dia como aquele, frio e cinzento.

- Vamos logo, dona Irritada, temos que encontrar a Lobinha lá embaixo! - disse a grifinória de orelhas pontudas jogando um travesseiro de penas de ganso na amiga que ainda estava enroscada em suas cobertas.

Sem opção, Alexis acabou saindo do ninho quente e também se preparou para o café da manhã e para o passeio sinistro. Mas pelo menos estariam fora do castelo por algumas horas, o que seria muito bom, pois sempre há a possibilidade de distração e uma nova marotice - ainda que, bem sabia a garota, o começo do dia seria um pouco... tenso.

As amigas desceram as escadas, atravessaram o salão comunal dando um olhar desanimado para a lareira quente acesa e atravessaram o quadro da Gorda de cor-de-rosa, rumando para o desjejum no Grande Salão.

Enquanto comiam, observavam Daryl Purple já a postos esperando pelas meninas. A Avoada estava de bolsa pink na mão, de pé na mesa da Corvinal e Tomas Bittes praticamente engolia inteiro um muffin enquanto a noiva o apressava. Deixou o rapaz entalado e foi até a mesa da Grifinória encontrar as inseparáveis amigas.

- Bom dia meninas. - disse Dani sem muito ânimo - Prontas para enfrentar o gelo lá fora?

- O gelo e algo mais... - Alexis retrucou entre um gole de suco de abóbora e outra abocanhada nas suas adoradas panquecas.

As outras duas ficaram em silêncio. Sabiam o que as aguardava logo no começo do passeio.

Enfim juntaram-se ao amontoado de alunos que passavam pelo detector de artigos das trevas utilizado sabiamente pelo Sr. Filch enquanto sua gata hororrrrrrosa rosnava para as pessoas que tentavam atravessar a blitz do zelador.

Os meninos haviam combinado de passar na loja de artigos para quadribol enquanto as moças ficariam escolhendo as cores dos pergaminhos perfumados.

Ao sair do castelo, viram que o clima estava mais gélido do que imaginavam. Mesmo ultra-encasacadas, as meninas tremiam mais que bambu em ventania.A sensação era de que seus sapatos tinham se transformado em cubos de gelo.

- Alguém aí estaria interessado num delicioso picolé de limão? - falava Alexis batendo os dentes.

- Porque, você vai se transformar em um? - Dani falou distraidamente

- Bom, ninguém nega que um humor cítrico, você já tem. - afirmou Arwen se embrulhando mais no meio do cachecol, que de repente, parecia ser tão pequeno e fino...

- E com esse vento gelado, até que a gente chegue na loja de pergaminhos já viramos todas picolés. - concluiu Dani.

- Ou então chegaremos mais rápido que o tempo habitual... Já que o vento parece que quer nos carregar - resmungou a grifinória das Zoreias, enquanto caminhava contra o vento e a cabeleira negra tirava-lhe toda a visibilidade possível.

Depois de uma difícil caminhada, as meninas chegaram a loja de penas e pergaminhos. Ao entrarem, sentiram uma sensação de alívio como se estivessem entrado em uma banheira de água quente... definitivamente era ali que queriam ficar.

Após alguns passos dentro da loja, Dani se deparou com Remo Lupin. Percebendo o clima tenso entre os dois, Arwen viu-se na obrigação de fazer algo.

- Olha Alexis, chegaram as canetas que você queria!

E prontamente, a marota das orelhas pontudas puxou a menina que ainda estava querendo saber qual era a pressa para umas prateleiras coloridas no fim da loja.

- São as que cospem fogo quando a gente escreve? - perguntou Alexis ainda querendo saber onde era o incêndio. Mas logo percebeu ao olhar para trás sua amiga Avoada de cara com...

- Ixi é o tio Lupin! Vamos Orelhuda! Essas canetas de uma hora pra outra me parecem ser o ápice da moda bruxa... Não posso perdê-las por nada!

E enquanto isso, Dani olhava seriamente para Lupin.

Continua...

Escrito por Arwen e Dani Lupin.
Arwen Lórien Potter às 12:23 h


O dia depois de amanhã

Mais um dia em Hoggy Hogwarts. Mais um dia de muito frio inclusive. Na torre de astronomia, os amigos sentados observavam flocos de neve caindo e conversavam. Todos estavam cheios de ficar horas e horas livres estudando. Haviam combinado de que pelo menos naquele domingo ficariam juntos conversando de qualquer coisa que não lembrasse pergaminhos e lições.

- Danizinha, onde você esteve ontem? Não te vi na biblioteca nem nos horários das refeições... - Arwen peguntava preocupada.

Realmente a aparência da Lupin não era a das melhores. Poderiam até jurar que Dani também era lobisomem e tinha se transformado durante a noite pela sua aparência. Olhos inchados e com olheiras, visivelmente cansada, rosto pálido. Nem o famoso sorriso maroto que estampava a face da garota quando estava com seus amigos aparecia. Todos haviam notado que algo estava diferente na menina. E agora todos olhavam preocupados para ela. Tom que estava ao lado da garota, segurava fortemente sua mão, como se quisesse passar toda a sua força para ela.

- Eu passei o dia inteiro no salão comunal. Não saí de lá. Preciso contar algo para vocês.

Depois de contar todo o seu melodrama familiar, Dani se sentia mais forte. Seus amigos davam a sustentação de verdadeiros pilares e naquele momento impedia que a menina desmoronasse em mil e um pedacinhos lupinos.

- Lobinha, sabe que se precisar é só chamar a gente né! Se precisar nós vamos até esse jardim e batemos um papinho com a dona Rô. - Alexis tentava animar a amiga.

- Nem é preciso, Avoadinha. - interveio Arwen - Não é porque você não nasceu da barriga da tia Joana que você deixa de ser amada por ela e pelo professor Lupin. - a grifinória fez uma pausa, observando que ainda chamava Remus Lupin de professor. Mas era simplesmente impossível não fazê-lo. Para ela, o lobisomem do bem seria sempre o melhor professor de DCAT que já tivera.

A corvinal permanecia em silêncio, enquanto continuava com a cabeça encostada no ombro do noivo. A marota da Zoreia prosseguiu.

- E, pense bem, você ganhou mais uma família. Console-se Lobinha, você perdeu os pais antes que pudesse sentir falta deles e ganhou uma família nova, ainda que não seja bem... ahn... uma família com pai e mãe de verdade ou casados. O que importa é que eles fizeram o melhor que podiam, te amam e te transformaram nesse docinho de menina que você é. Eu perdi meu pai há 6 anos, minha mãe há pouco mais de 3 meses e ainda não tenho paradeiro para quando as próximas férias vierem...

- Éééé! - concordava Alexis - E além disso você tem a nós! Não adotamos a Zoreia quando ela estava perdida??? Agora somos mais do que nunca, Marotas-Irmãs-Adotivas! E temos de concordar, mesmo não sendo filha do Poderoso Lupão, você herdou alguma coisa dele, ainda que não seja genética - completou piscando um dos olhos amarelos marotamente para a amiga - afinal, marotices não são pra qualquer um não, mon cher!

- Por falar nisso... Dani, você tem notícia do professor Lupin? - Arwen perguntou de relance.

- Sim. Recebi uma carta da....

Dani fez uma pausa. Como iria chamá-la daqui para frente?

- ... da tia Joanna - completou Arwen vendo o ponto de interrogação no rosto da amiga.

- É. Ela disse que ele estará em Hogsmeade no dia do nosso passeio. Ele quer me ver. Ela está viajando de novo. Mais uma daquelas pesquisas malucas que o ministério a manda fazer. E só volta daqui a 2 meses.

- Daniiiiiiiiiiiiiiiiiiii - Arwen agora saltitava alegre e feliz - Vou poder perguntá-lo sobre minha mãe! Nossa, eu nem acredito!

Arwen fazia movimentos frenéticos de felicidade. Mas rapidamente parou quando viu que Purple estava a observando com um grande sorriso nos lábios. A menina das orelhas pontudas ficou mais vermelha que tomate fresco e decidiu se sentar como os outros novamente. E mais uma vez, lembrou-se da foto e da moça amiga da sua mãe - de olhos tão parecidos com os de Daryl... Mas aquela não era hora de interrogá-lo, iriam animar a Lobinha a qualquer custo.

- Então dona Avoada, você vai ter a grande oportunidade de falar com o Poderoso Lupão - falava Alexis pensativa - e esclarecer de uma vez por toda essa história. E, de quebra, ainda vai resolver o problema da Zoreinha aqui. Vai matar dois morcegos com uma chinelada só.

Dani ouviu o comentário da amiga. De fato essa conversa seria a peça chave para o quebra cabeça que sua cabeça estava formando. A hora de pôr as cartas na mesa se aproximava.

By Dani Avoada Lupin and Arwen Zoreia Potter
Arwen Lórien Potter às 12:21 h

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