sábado, janeiro 28, 2006

Quando nem tudo está perdido...

Depois que Dani Lupin lhe mostrara a carta da tia Joana pedindo pelamordemerlin e por tudo quanto for mais sagrado para sua amada e única filha que não tentasse contato com seu papis, o poderoso Lupão, Arwen desanimou um pouco. Afinal, como iniciaria suas buscas ao passado nebuloso de sua mãe e de sua família sem a ajuda do Lupão? Ainda restava Severus Morceguets Snape, vulgo Capitão Gancho, mas ela se recusara a procurar a ajuda daquele ser que tanto lhe havia espizinhado por razões tolas. Nâo, definitivamente, ela não precisava dele. Voltou sua atenção para seu "caixotinho" de pertences paternos e maternos. Recolheu o diário de sua mãe, o Anuário de Hogwarts de 1979 e retirou-se do dormitório feminino das quintanistas da Grifinória. Fazia muito frio, mas nem mesmo o vento cortante e gélido, como que anunciasse uma nevasca a caminho impediu a garota de rumar sozinha para o lago. Chegando na porta principal, o primeiro uivo do vento denunciou que suas luvas, seu gorro e seu cachecol não seriam suficientes para conter o frio. Resolveu procurar um canto qualquer para sentar-se e ler suas preciosas informações. Acabou se acomodando ali mesmo no salão principal, sentada no chão, como gostava de fazer. Abriu o diário de sua mãe e olhou novamente para a fotografia de seus pais com aquele casal estranho que acenava e ria pra ela. Quem seriam?

Foi quando o que parecia óbvio percorreu sua mente como um relâmpago. A moça da foto aparentava ter a idade de sua mãe. Haviam outras fotos das duas juntas, possivelmente eram amigas. E aqueles olhos tão violetas e tão incomuns lembravam muito o de alguém que ela conhecera esse ano... Será possível que Daryl Purple teria algum parentesco com a moça? Enquanto pensava no assunto e se sentia feliz por uma luz no fim do túnel aparecia para o recomeço das suas investigações, sentiu uma dor alucinante na perna direita e não conteve uma exclamação irritada.

- Ow, cuidado, olhe por onde anda! - reclamou a grifinória.

- Nada disso teria acontecido se você não estivesse sentada no meio do caminho - foi a resposta que obteve.

Olhou para os lados e viu alguns livros, penas e pergaminhos espalhados e um garoto alto, de olhos cinzentos, cabelos castanhos claro, vestes da Lufa-Lufa, muito parecido com o finado Cedrico Diggory exceto pelos óculos de grau, juntava seus pertences em silêncio e dirigiu-se novamente a ela.

- Não devia ficar sentada aí, outra pessoa pode não enxergar você tão pequena aí e tropeçar em você - completou estendendo a mão para que a garota se levantasse.

Meio corando, envergonhada pelo acesso de raiva súbita que lhe acometera, Arwen aceitou a ajuda do rapaz levantando-se do chão. Iria terminar suas investigações na sala comunal da grifinória, na frente da lareira quente e na sua poltrona favorita.

- Desculpe a grosseria, eu estava distraída com minhas preocupações... começou a menina.

- Não tem problema, desculpe a minha distração. Sou novo na escola, ainda estou meio perdido...

- Ah, seja bem vindo então! Arwen Potter, quinto ano, Grifinória, prazer! - falou estendendo a mão para cumprimentar o rapaz.

- Christopher Storm, sétimo, Lufa-Lufa. Pode me chamar de Chris, odeio meu nome. - respondeu o rapaz com um sorriso de matar qualquer garota solteira.

Arwen avistou ao longe os amigos Alexis Dumbledore e Joseph Belmont. Despediu-se com um aceno de cabeça para o rapaz e correu em direção a eles.
Arwen Lórien Potter às 11:30 h


Bad Server - no donut for you

A princípio, ela não queria ir. Mas Alexis insistiu e Dani Lupin achou uma boa idéia para se distraírem. Depois de muita insistência, Arwen acabou cedendo. E lá foi o grupo de marotas acompanhadas dos seus aprendizes - Daryl Purple, Joseph Belmont e, não aprendiz, mas zelando pela integridade moral da noiva, Tomas Bittes, o namorado cão de guarda - rumo ao campo de quadribol. Era o último sábado do mês de setembro e finalmente haveria a escolha dos novos membros do time de quadribol da Grifinória.

Ao chegarem no campo, subiam as arquibancadas com meio metro de queixo pendurado nas mandíbulas. Afinal, de onde saiu tanta gente? Lufanos, sonserinos, corvinais, muitos e muitos grifinórios mais novos e mais velhos... Quase tão cheio como em dia de jogo!

- Gente, o que está acontecendo aqui? - interrogava Arwen - parece até dia de final de campeonato!

- Você está se esquecendo que nosso novo capitão é o senhor magnânimo Escolhido, Eleito, ou seja lá o que andam chamando Harry Potter por aí - respondeu ironicamente Alexis - desde então, ele é mais celebridade do que nunca e as menininhas que nunca acharam graça no Potter magricela exceto a minha amiga aqui de repente começaram a achar o rapazito muito interessante - afinal, ele agora é mais que o "famoso" Potter.

- Tem razão... se você observar bem - dizia Dani Lupin olhando sorridente ao redor - 3/4 da população de expectadores são constituídos por seres mamíferos da espécie humana contendo carga genética cromossômica XX - ou seja: MENINAS!

Os rapazes riram do comentário bem observado da Lobinha enquanto Arwen apenas bufava, aborrecida. Alexis, na tentativa de consolar a amiga, dava-lhe tapinhas camaradas nos ombros.

- Deixa estar, Marotinha das Zoreia, logo logo a gente resolve o seu problema!

- Hein?

- Nada não! - dizia Alexis olhando de novo pra Lupin. Daryl, Tomas e Josh apenas olhavam pra elas sem entender bulhufas.

- Ainda não sei porque aceitei a idéia absurda de vir aqui assistir algo que me deixa tão triste. Eu queria tanto continuar jogando! - lamuriava-se Arwen, alisando uma mecha de cabelo caída sobre o ombro.

- Ora, pense no quanto vamos nos divertir vendo aquela turma toda ali fazer papel de ridículos só pra estar pertinho do Deus Potter - disse Dani apontando umas meninas do terceiro ano da Lufa-Lufa, umas outras da Corvinal e até umas três da Sonserina - prontinhas para fazer os testes!!!

Só então Arwen notou que nem todos os muitos candidatos eram grifinórios. Sorriu maliciosa.

- É, definitivamente, será um bom espetáculo! Quero só ver a cara de fuinha do legume quando ele ver esse povo todo pra fazer os testes!

A manhã passou rápido. A seleção realmente foi divertida, com o nível dos candidatos tanto grifinórios como não-grifinórios, além da cara de espanto ao ver gente de outras casas tentando fazer os testes - o que fez o rapaz capitão perder a paciência e colocar todo mundo pra correr - e o certo ar de desânimo ao ver o que o aguardava enquanto time - definitivamente, já fora melhor. Arwen ainda contraía os lábios enquanto soltava um involuntário "eu sabia!" - obóvio que Gina Barata Branca Weasley seria a escolhida do capitão!

- Lá vem você de novo com essa história, Zoreia! Dá pra parar de ver coisa onde não tem? - zangava Alexis, novamente olhando suspeitosamente para Dani Lupin.
Arwen Lórien Potter às 11:28 h

segunda-feira, janeiro 09, 2006

O Aprendiz de Maroto - final

E lá estavam as 3 na biblioteca. Pouco depois que chegaram, apareceu o rapaz quintanista corvinal de cabelos cinzentos e olhos negros. Cumprimentou as meninas, enquanto puxava uma cadeira e se acomodava na mesa.

- Boa noite, meninas - cumprimentou Belmont - atrasado?

As meninas responderam num coro.

- Não Josh, nós chegamos mais cedo porque a traça aqui - dizendo isso, Alexis apontava a Lupin - nos fez chegar mais cedo para procurar uma "boa mesa na biblioteca". Como se aqui fosse um restaurante trouxa!

- Ah, vocês gostam de pegar no meu pé! - resmungou a Lobinha - Quanto mais próximos das estantes, melhor pra nós. Podemos carregar mais livros de uma vez e caminhar menos com o peso nos braços!

- O que na realidade, torna a mesa ser melhor ou pior um ponto de vista - disse Arwen - porque se quisermos malhar um pouquinho, melhor seria se a mesa estivesse mais distante... Com o tamanho e o peso desses livros, dá pra definir os músculos em muito pouco tempo, no ritmo que você quer estudar. Agora que saí do time de quadribol, vou precisar de exercícios...

- Como se você precisasse disso - comentou o rapaz, fazendo a grifinória de orelhas pontudas corar um pouquinho.

- Foi preciso - suspirou, meio desanimada - e todos precisamos de exercícios, mas arrumar algo que me substitua o quadribol será difícil...

Alexis deu uma risadinha sinistra e olhou para Dani Lupin cumplicemente. Arwen não notou a troca marota de olhares perversos.

Belmont fitava as meninas com o semblante mais sereno e menos tenso que durante a aula. Afinal parecia uma boa idéia estudar com elas. Seria uma boa distração para diminuir um pouco sua dor.

- Bom, deixemos de papo e vamos ao que interessa - Dani Lupin continuava comandando - agora, vamos ver os horários.

Pegaram os calendários de aulas, cada um com os seu e finalmente fizeram o esboço do bendito programa de estudos tão sonhado pela Lupin.

- OK, agora que definimos os dias e horários que nos encontraremos (ainda acho que três vezes na semana é pouco), falta só fazermos o cronograma de matérias e...

- Meninas, se me permitem uma intromissão - Joseph falava pouco, mas parecia estar mais à vontade - acho que o conteúdo diário pode ficar de acordo com a carga de deveres de casa que tivermos... o que acham? Assim vamos moldando o horário de acordo com a necessidade.

- Ótima idéia, Josh! - aplaudia Alexis - assim agora nos sobra algum tempo para futricar um pouco.

Dani Lupin apenas suspirou, Arwen e Josh riram e Alexis satisfeita, começava a contar o caso Daryl Purple sem calças e a tábua Lupin de salvação com seu feitiço prórprio super original, que transforma seres humanos (ou quase) em sprays quando madame Pince os olhou com ar de censura.

- Melhor irmos nos divertir em outro lugar - resumungou contrariada Alexis.

Enquanto caminhavam rumo ao Salão Principal, as meninas contavam a Josh o ocorrido com Purple e por mais triste que o rapaz estivesse, não pode conter o riso em alguns (muitos) momentos.

Despediram-se, combinando de se encontrarem daí dois dias. As grifinórias seguiram para a sala comunal enquanto Lupin e Belmont seguiam em direção oeste. Dani Lupin agora falava do namorado para o Belmont, que infelizmente não pôde estar presente (na verdade não quis, pois sabe como são as meninas, mas isso não vem ao caso no momento), mas que com certeza iria acompanhá-los, agora que haviam mais corvinais no grupo.

Belmont sorriu. Afinal seria difícil ficar pra baixo durante muito tempo com essas figuras por perto. Convenceu-se finalmente de que seria um bom negócio para seu estado de ânimo.
Arwen Lórien Potter às 09:50 h

quinta-feira, janeiro 05, 2006

O Aprendiz de Maroto - parte 1

Quarta-feira, 13h - aula de História da Magia

Apesar do tempo frio lá fora, o calor mordorento da sala de aula do professor Binns parecia ninar ainda mais os alunos quintanistas corvinais e grifinórios, recém-saídos das fartas mesas do Salão Principal de Hogwarts. Vivenciavam em sua maioria a magnânima experiência de viajar além do corpo estando acordados - ou quase - fenômeno que os medibruxos denominam "maré alcalina", nome chique dado à sonolência excessiva que deixa as pessoas às raias do sonambulismo após o almoço.

Quase todos dormiam, cochilavam, jogavam a velha, forca, desenhavam, ou simplesmente olhavam as janelas e o céu escuro, nublado, enquanto o fantasminha camarada prosseguia com seu monólogo sobre a guerra dos trasgos contra os gigantes nas terras do norte. Mas a maioria esmagadora fazia a mesma coisa. Dormia. De olhos abertos ou escancaradamente, com a cara espremida na carteira, boca aberta e babando em cima do livro. Tal não se aplicava às três meninas que se sentavam mais no meio da sala - Daniela Lupin, Arwen Potter e Alexis Dumbledore. Não conversavam, pois poderiam acordar os colegas, e isso era definitivamente muito muito feio. Mas trocavam bilhetinhos e abafavam risinhos enquanto liam. Na certa estavam maldizendo algum colega babão "Gente, olha a bochecha do Bill!!!" ou programando alguma traquinagem para animar a aula "Onde está o August? Tomara que esteja dormindo de boca aberta pra gente acertar uma bolinha de papel...". Entre bilhetinhos e risadas, Dani Lupin ainda assim, anotava TAMBÉM a aula ditada pelo professor ("Zoreia, como ela consegue fazer isso?"). Alexis virou-se para trás procurando a boca de caçapa do Longbottom para acertar-lhe uma bola de papel e fazer uma cesta. No entanto, ele não estava dormindo. Encontrava-se sentado no fundo da sala, ao lado de Joseph Belmont. Fazia alguns dias que o garoto voltara do funeral dos pais. Ele olhava para o nada enquanto August riscava algumas coisas. Mas semblantes sérios.

Alexis cutucou as meninas apontando os dois. Arwen suspirou. Muito triste a situação em que o jovem Belmont se encontrava. Dani Lupin também sentiu o coraçãozinho de manteiga cortado com a cara de enterro dos dois colegas de sala e de casa.

Alívio geral. A aula terminara, mas parecia que somente os cinco seres acordados perceberam isso, uma vez que os demais encontravam-se felizes e saltitantes no mundo mágico de Morfeu. Só quando os poucos acordados começaram a juntar os materiais e praguejar contra o dever de casa de sete metros de pergaminhho sobre trasgos e gigantes os sonolentos despertaram do sono encantado e começaram a fazer o mesmo.

Dani Lupin tomou a dianteira. Ao invés de sair da sala, dirigiu-se para fundo. As amigas a seguiram, ainda sem saber o que ela iria fazer.

- Oi meninos! - disse sorrindo - Olá Belmont. Sinto muito muito mesmo pelo que aconteceu.

- Erhh, com licença - era August - preciso ir andando, estou um tantinho apertado, se é que me entendem. Só espero não encontrar a Murta no banheiro de novo. Ela anda tão... tarada ultimamente! Tchau!

Despediu-se rapidamente de todos com um aceno de cabeça e saiu com as pernas meio imprensadas, andando rápido, rebolando um pouquinho, já que as coxas estavam praticamente pregadas umas nas outras. Os que ficaram não puderam conter o riso, até mesmo Belmont. Dani Lupin prosseguiu com seu propósito:

- Bom, estive pensando, você não quer estudar para os NOMs com a gente? É sempre bom mais alguns corvinais pra ver se a gente anima CERTAS PESSOAS que não páram um minuto sequer para combinarmos um horário decente para estudar. E de quebra, você se distrai um pouco...

As meninas olharam pra ela com cara de quem iria trucidá-la ali mesmo. Alexis apressou-se em se explicar.

- Josh, não estamos fazendo essa cara por você não viu? Vai ser muito legal se você vier aprontar... eh, quer dizer, estudar com a gente.

O rapaz deu um meio sorriso e encarou as meninas. Arwen apenas sorriu, confirmando com a cabeça, mas não disse uma única palavra.

- Está certo então, aceito o convite de vocês. Quando começamos?

Dani exultou.

- YES! Agora vocês duas vão TER que estudar! Bom, podemos começar nos reunindo depois do jantar para finalmente colocarmos nossos horários no papel e fazer uma planilha bem elaborada de estudos. O que acham?

Os três concordaram, embora as duas grifinórias estivessem um pouco desmotivadas pela palavra "estudo".

*Continua*
Arwen Lórien Potter às 11:09 h


Gabe Wars - As Marotas Contra-Atacam - final

*voz de locutor de rádio ou de dublagem da narração de filme de ficção científica*

No episódio de ontem, Gabriel Lupos ganhou uma garrafa de hidromel de presente do Imperador do Mundo da Fantasia, encheu a cara e perdeu a noção do perigo, indo se engraçar com as Marotas. De cara cheia, deu em cima descaradamente da compromissada e arredia Daniela Lupin, levando um tabefe e enquanto o corpo permanecia estirado no chão, Gabe acariciava abobalhadamente o local do carinhoso bofetão e não se deu por vencido: partiu pra cima das outras. Levantou-se e sentou-se quase no colo da orelhuda Arwen Potter."

- E então, orelhudinha? - As sobrancelhas continuavam se mexendo de forma estranha - Já te disse que suas orelhas são do tamanho do meu amor por você?

- Gabe... - ela disse calmamente, apesar da cara mista de espanto e de quem estava achando aquilo tudo muito engraçado, enquanto Alexis ria sem parar ao fundo - Você não está passando bem. Não sabe o que quer dizer... - tentou contornar a situação, prendendo o riso. Não era possível, Gabe só poderia estar brincando!

- Ah, sei sim, sweetheart. Plenamente, você é a deusa dos meus sonhos... É a elfa que flechou meu coração!

Os olhos de Alexis se arregalaram e ela estava ficando cada vez mais roxa de tanto gargalhar. Arwen não sabia se soltava as risadas também ou se deixava o amigo continuar brincando. Escolheu a segunda opção, enquanto Gabe retirava delicadamente os fios de cabelo do rosto da garota, embora o vento teimasse em deixá-los lá, voejando sobre a face da grifinória.

- Gabe, você bebeu querido?

- Ah - disse teatralmente, levando a mão ao peito e fechando os olhos, fazendo um ar sonhador - sua doce voz me chamando pelo apelido... e completando minha felicidade, "querido"... - disse sentando ainda mais perto da menina de orelhas pontudas - soa como música nos meus ouvidos sensíveis e apaixonados. Repita isso, por favor, oh Galadriel das Ilhas Britânicas! Já te disse que estou apaixonado por você?

Antes que ela pudesse responder, ele continuou, pegando as mãos da garota entre as suas e as beijava enquanto prosseguia seu discurso romântico-melódico-alcoolizado.

- Sou o lobo mais feliz do mundo desde que você mandou pro raio que o parta aquele sujeito metido a herói. Ele não te merecia, anjo supremo, rainha de todos as ninfas! Desde então, alimento meu desejo e minhas esperanças floresceram... Arwen, agora que você não é mais comprometida... Case comigo! Serei teu servo por toda a eternidade, rainha élfica dos meus anseios mais encantadores! Servir-te-ei como um dócil hobbit, caído aos teus pés, vivendo tão somente para lhe satisfazer as vontades!

Ele fixava os olhos cor-de-mel da menina, que já não estava mais achando tanta graça naquilo. Ele realmente parecia muito alterado... Arwen precisava de um passa fora urgente, já que agora ele se aproximava ameaçando dar-lhe um beijo a qualquer momento. Ela olhou para Alexis, que fingia ler alguma coisa no livro de História da Magia, mas podia perceber os olhos cerrados da menina, ainda vermelha (quse roxa), e os leves sacolejos de seu corpo por causa das risadas. E teve a idéia. Afinal, Gabe era seu amigo, embora vivessem discutindo, e mesmo bêbado, ela não queria ser indelicada com ele. Não conhecia ninguém melhor para despachar pessoas inoportunas (será que funcionaria com alcoolizados?) do que a marota sentada ali, Alexis Weiss Burghardt Dumbledore, A Irritada, que parecia achar muito engraçado o assédio que ela estava sofrendo.

Arwen levantou-se deixando Gabe no chão. Passava a mão delicada no rosto do menino enquanto dizia "me espere aqui amorzinho, vou até a cozinha buscar algo para comermos".

E saiu cantarolando e saltitando, abanando os braços ao redor do corpo, não antes de dar uma piscadela para Alexis, que dizia aborrecida com os olhos "ei, volte já aqui, não me deixe sozinha com esse maluco" - a situação agora já não parecia tão divertida, uma vez que a atenção fora voltada para ela. A garota baixou os olhos e tentou se distrair com um livro interessantíssimo sobre História da Magia.

- Volte logo, minha musa inspiradora, estarei aqui até o fim dos tempos, esperando você voltar! - ele revirou os olhos até encontrar os amarelados de Alexis Dumbledore - mas enquanto não volta... Que tal aproveitar comigo a manhã ensolarada, hein, minha tigresa?

- Hum? Perdão, falou comigo, Robert? - a garota disse sem emoção e sequer tirou os olhos do livro.

Gabe mostrou confusão, mas sua expressão logo foi substituída pelo ato súbito de arrancar o livro das mãos de Alexis e joga-lo à suas costas, se aproximando cada vez mais do rosto da garota e fazendo com que ela caísse para trás do tronco em que estava sentada.

- Até o ponto em que me lembro, e isso é um mero detalhe, veja bem, meu nome ERA Gabriel. Mas você falando assim, tão doce e suave... gatinha... você pode me chamar do que quiser!

A situação estava ficando mais absurda a cada instante. Após se desvencilhar das tentativas de beijos do sonserino, Alexis tentou contornar a situação falando claro e lhe perguntando o que havia feito mais cedo, talvez assim pudesse entender melhor o motivo da embriaguês. E também se divertir um pouquinho mais com as falas enroladas de Gabe, que agora já parecia um tanto sonolento.

- Não, Alize e eu não eztamoz mai-zuntoz - o garoto fungou ruidosamente, abaixou a cabeça e começou a brincar com algumas folhas secas - Zabe, eu nem ligo. Eztou ótimo zem ela. Eztou zim!

- Ah, então já superou? Que rápido, meus parabéns! - Alexis deu leves tapinhas no ombro de Gabe, mas este tomou sua mão antes que ela pudesse retirá-la. Ele a acariciou e a encostou sobre sua face.

- Não! Eu não zuperei, ainda eztou muito carente, prezizando de alguém ao meu lado nezte momento. Eu dize que eztou ótimo zem ela poiz azim podemoz ficar maiz a vontade... noz conhezermoz melhor, e tal...

- Oh... é... Gabe? Eu não estou muito certa disso, mas suspeito que irei precisar da minha mão se eu quiser pegar meu livro, voltar para o castelo, enfim. Poderia devolvê-la para a sua dona, meu bem? - mas puxões não eram o bastante para que o garoto a soltasse, sendo arrastado de barriga por alguns metros até que Alexis conseguisse reunir seu material.

- Fique aqui comigo, minha deuzza dos olhos de topázzzzzio! Voze eztá forte, anda malhando? - Gabe ficou feliz por não estar mais sendo arrastado, mas viu que Alexis estava quase perdendo a paciência - Não importa, eztá perfeita para mim! Falarei com seu fofô Dumbie ezta noite mezmo, vamoz noz casar aqui em Hogwartzzz! Dumbledzore gozta de mim, ele ficará feliz em ganhar um neto do meu eu, como porte.

Se vendo numa conversa sem fim com o sonserino embriagado e extremamente insistente, Alexis sacou sua varinha, "é agora ou nunca", ela pensava.

- Pela barra das vestes arrastando de Merlim! Robert Gabriel, o que é isso na sua testa?

- O quê? - o garoto se espantou e passou a tatear o próprio rosto em busca de algo incomum.

- Esse... essa... ISSO AÍ bem aí na sua testa... é viscoso e tem... patas! Yárgh! Que nojento!

- Tira! Tira! - dando tapas em sua testa, o garoto parecia em pânico ? me ajude, Alexiz!

- É pra já: ABICIO!

Gabe voou a alguns centímetros do chão ao ser atirado para longe pelo feitiço de Alexis. Era um dos mais fracos da lista de azarações e feitiços que a menina gostava de praticar, então sabia que não causaria nenhum mal, mas abateria o garoto. De qualquer forma ela caminhou devagar até ele, que permanecia imóvel deitado no gramado, olhando para o céu nublado. Agora sim ela poderia voltar para os seus afazeres.

- Gatinha ártica! Vozê... vozê zalvou a minha vida!

O silêncio que antecedera aquela frase de Gabe era bom demais para ser verdade. Alexis, que já estava caminhando em direção ao castelo, olhou para trás e o viu correndo em seu encalço e tropeçando nos próprios pés, em meio a um sorriso frouxo e expressão abobalhada.

- Ah... vozê me ama... eu zabia! - Gabe se atirara nos braços da menina - Vamoz noz casar ainda hoje! Quero ter 5 filhotinhoz, morar e Bagdá e podemoz comprar uma casinha de cachorro para az crianzaz! Zeremoz tão felizes, eu e vozê, vozê e zeu Robert!

- Oh, não! Já chega, Gabriel! Eu entendo que não é fácil superar o fim de um relacionamen... NEM PENSE EM DESCER ESSA MÃO! Enfim, não posso mais deixar essa situação se enrolar ainda mais! Fora que... EU SOU MUITO NOVA PRA CASAR, né!

- Shhhh não diga nada, meu dozinho de figo criztalizado. Eu zei que vozê ze faz de dezentendida para afaztar os garotoz que te dão mole, já obzervei izo. Mas comigo eze joguinho não funziona... - e novamente Gabe voltava às tentativas de beijos.

- Joguinho? Eu não faço joguinho algum, Gabe, você está eng...

- Eu te conhezo melhor do que vozê conheze a mim mesmo que conhezo a mim melhor do que vozê, dozura - o garoto fazia constantes acenos com a cabeça para tirar a franja caída em seus olhos desfocados.

- Hum... então o senhor quer dizer que EU fico fazendo joguinhos? Então vejamos, gosta de brincar? Brincar de esconde-esconde, por exemplo? - enquanto tentava sair do abraço de Gabe, Alexis pensava seriamente em, num futuro bem próximo, presentear as amigas marotas com as meias suadas de seu tio Pafúncio.

- Claro! Joguinhoz zão divertidoz, com vozê então, deve zer uma maravilha, tigreza! - Gabe fez um ruído que Alexis suspeitou ser um rugido de tigre, falho por causa do arroto que veio logo em seguida .

- Então deite-se aí - a garota o fez cair no chão rapidamente, e virou-o de rosto para a grama - aproveite o dia "ensolarado" que você disse fazer hoje. Vou me esconder, espere até eu gritar para você vir me procurar, ok? - e correu o mais rápido que pode para fugir dali.

- Eza é a minha gatinha criztalizada de olhoz árticoz! Não... meu dozinho ártico de deuza do figo! Não ainda... bom, não intereza. Eu vou ficar aqui e ezperar até chegar a hora de eu me encontrar com ela. Mal pozo esperar, nóz vamos morar... numa... casa verde, e meu tio vai noz vizitar e... eu farei panquecas... no jantar... e...

Em algum ponto entre frases desconexas e beijos no tronco ali perto, Gabe acabou pegando no sono. Alunos curiosos que assistiram boa parte da novela, tentaram acordar o sonserino, que se mantinha fortemente abraçado às folhas secas do chão, mas não houve resultado.

Escrito por Gabe, Dani Lupin, Alexis e Arwen.
Arwen Lórien Potter às 11:08 h


Gabe Wars - Episódios I e parte do II (ou IV e parte do V, vocês decidem)

Gabe Wars - Episódio I (ou IV) - Uma nova esperança

Gabriel acordou na manhã nublada de domingo, mas não quis se levantar. Virou-se e revirou-se na cama, despertou realmente apenas com o som do cachorro entrando pela porta do dormitório masculino do 5º ano sonserino, depositando alguns envelopes no chão e indo lamber sua mão, a essa hora, já jogada em qualquer canto da cama. O menino que estava deitado de bruços na cama se sentou e começou a acariciar o cachorro, agradecendo pelo bom trabalho que fez ao buscar as suas cartas no corujal logo de manhã.

Então, após escovar os dentes e trocar de roupa, Gabriel pegou os envelopes do chão. Um continha o Profeta Diário, jornal que o garoto resolvera assinar na semana anterior, para se manter por dentro das notícias. O outro era mais gordinho e continha dois objetos: uma carta com o carimbo do Departamento de Verificação de Correspondência Exterior do Ministério da Magia, que o menino fez questão de abrir primeiro, e uma garrafa de vidro escuro e com uma etiqueta na tampa "Ao senhor Gabriel Lupos".

A carta, porém, era mais esclarecedora:

"Caro senhor Gabriel Lupos,

Venho por meio desta agradecer a ti e a minha recruta, Bolhinha, com esta garrafa de hidromel, que aparenta ser pouco comparado ao benefício que vossas senhorias nos trouxeram denunciando e prendendo o senhor Yhua Waldvogel, ex-secretário geral da Seção de Passagem entre o Mundo Real e o Mundo da Fantasia, no Mundo da Fantasia.

Nós, deste lado do mundo, desejamos toda a sorte para vossas senhorias nesta guerra que começa.

Atenciosamente,

Ipeiepa de Burickal,
Imperador do Mundo da Fantasia."


Gabriel pegou a garrafa e saiu pela porta, já estava prestes a dizer a senha da Sonserina à parede que guarda a passagem entre o Salão Comunal da casa da serpente e o corredor mais próximo, quando se lembrou que os planos que tinha para aquela garrafa e que lhe esperavam no jardim eram incertos. Ele havia terminado o namoro com Alice, e aquela garrafa teria de ser tomada sozinha. Sobre a mesa da Sonserina!

Gabe Wars - Episódio II (ou V) - As Marotas contra-atacam

As meninas curtiam a manhã de domingo nublada embaixo do arvoredo defronte o lago pertencente aos terrenos da escola. Dani Lupin trazia na mão um pergaminho com seus horários corvinais, Arwen e Alexis, por sua vez, com os horários escolares da Grifinória. Estavam analisando as horas vagas em comum para organizarem finalmente um cronograma de estudos para os NOMs. Apesar de marota, Dani Lupin é nerd e não iria deixar as amigas em paz enquanto não estivessem devidamente organizadas para se prepararem para os exames dos Níves Ordinários em Magia.

Ao longe viram um ser... sim, porque andando daquele jeito, não parecia nada... humano... caminhando em direção ao recanto das meninas. O sujeito deu uma volta como quem quisesse despistar, mas as astutas já haviam sacado que o rapazinho estava tentando chegar até elas de alguma maneira. Continuaram agindo como se nada estivesse acontecendo. Perceberam quando o garoto se aproximou e ficou atrás da árvore onde estavam as meninas...



- Marotinha das Zoreia, deu pra perceber quem é o rapazito ali atrás? Seria um trasgo? Eu não consegui ver... - murmurava quase inaudivelmente Dani Lupin para Arwen.

- G-a-b-e L-u-p-o-s - respondeu apenas com um movimento de lábios, sem emitir som algum.

Dani Lupin revirou os olhos, Alexis riu divertida. "Esse menino, só arruma encrenca..."

Ao ouvir as palavras da srta. Dumbledore, Gabriel Lupos saiu de trás da árvore, ajeitando a roupa e aprumando o peito como um pombo estufado. Mexia as sombrancelhas de um jeito engraçado, tentando parecer galã de novela trouxa. Caminhou empinado, indo se sentar sem ser convidado, junto das três amigas.

- Bom dia, moças lindas! - cumprimentou o rapaz com uma voz estranha - Maravilhoso dia para um passeio, não acham?

Alexis olhou para o céu nublado, sem nenhuma ponta de azul. Dani Lupin bufou. Não conseguia acreditar. Ainda coçou os olhos fortemente para ter certeza que sua visão não estava embaçada ao ver delirante e estranho ser postado na frente das meninas. Afinal, o que o filhote de trasgo do Lupos tinha que aparecer para estragar sua manhã de domingo? E o pior, estragar sua rara oportunidade de ajeitar o horário dos NOMs.

- É, ERA um lindo dia, até você chegar, Lupos - disse juntando suas coisas - foi só você aparecer e cadê o sol? Ora ora, sumiu! Será que ele foi beber uma cerveja amanteigada?

- Danizinha, você já vai? Mas nós não íamos... - começou Arwen, interrogando a amiga que se levantava e tirava folhas secas do vestido.

- Combinei com Tom de me encontrar com ele depois que terminasse aqui com vocês... Precisamos estudar e namorar um pouquinho, sabe?

- Opa, opa! Ouvi a palavra namorar aqui? Isso é comigo mesmo! - Ele se levantou imitando a lobinha sobre as folhas secas. - Que tal comigo, Lupin?

Dani olhava com uma expressão mista de comédia e raiva.

- Lupos! Eu sou noiva! - E ela fez uma careta zangada - Como se eu precisasse lhe explicar alguma coisa! Hunf! Aliás, eu estou com todos os meus parafusos certinhos aqui e sob nenhuma hipótese poderíamos ter nada juntos. Ok!? Arranje outra corvinal bobona.

- Tudo bem, Danizinha... Eu não sou ciumento! - Mas quando viu, ele já estava no chão com a bochecha direita ardendo e vermelha.

Dani Lupin pegou os materiais num pulo e saiu pisando forte - "Vejo vocês mais tarde. O ambiente não está propício para nossa tarefa no momento. Hunf!"

- Isso me inclui, linda corvinal dona dos meus desejos mais secretos??? - gritava Lupos do chão, ainda acariciando o rosto, enquanto Dani se afastava sem olhar para trás.

Arwen caiu na gargalhada. Alexis também achou o episódio muito engraçado. Estavam achando que o Gabe havia ido até lá para perturbar a Lupin e só, já que os dois não se bicavam de jeito algum. Qual não foi a surpresa delas quando o garoto sentou-se bem próximo - quase no colo - da Potter. Prognóstico? É... Elas agora podiam ter certeza: Ele estava bêbado!

(Episódio continua amanhã)

Escrito (entre muitas gargalhadas) por Gabe, Dani Lupin, Arwen e Alexis.

* Episódios I e II se considerarmos a trilogia de "Star Wars" em ordem cronológica de lançamento/estréia/exibição. Episódios VI e V se considerarmos as duas trilogias que foram filmadas até o momento (há quem diga que haverá uma terceira trilogia).

* Dolls (fabricação e montagem) por Alexis Dumbledore, a Irritada.
Arwen Lórien Potter às 11:07 h

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