domingo, abril 22, 2007

Dois rapagões e uma pequena dama - parte 2

*** Continuando o flashback do post orelhudo anterior ***

"Pela estrada afora eu vou bem contente
Levar esses doces para Irritadinha
Ela está lá longe e o caminho é deserto
E o Sebosão passou aqui por perto."


- Sério? Snape esteve por aqui? E ele nos viu? - Josh perguntou intrigado.

- Ah, maneira de dizer, Belmont! - a marota retrucou.

- Snape? O que tem o Snape? - Chris olhava de um para o outro sem entender direito o que estava acontecendo.

Arwen respirou fundo e respondeu sorrindo:

- Santa inocência, você não percebeu ainda que o Snape é o sujeito mais engordurado de toda a Inglaterra?

Storm coçou a cabeça.

- Talvez seja esse o problema, eu cheguei em território inglês faz pouco tempo.

Enquanto cantarolava, nossa orelhuda de plantão caminhava aos pulinhos pelos corredores abandonados da escola de volta para a torre de astronomia, o novo "cerimonial" de Hogwarts, em companhia dos dois mancebos solícitos e prestativos que a seguiam abarrotados de cestas e sacolas. Após alguns poucos minutos de caminhada, o trio parou defronte a entrada da torre, finalmente dando as caras com a comida prometida.

- Ótimo, já não era sem tempo, dona Orelha. - Alexis os recebeu na porta, se apropriando de algumas sacolas e, em seguida, observando o rapaz da Lufa-Lufa que germinou no solo da torre de astronomia - E esse moço aqui? É de comer também?

- Se puder entrar, sou de sabor texugo. - Chris sorriu para Alexis.

Zoreia riu.

- Nah, esse é Chris Storm, estava perdido nas proximidades da cozinha e resolvi trazê-lo para a festa. Storm, essa é Alexis Dumbledore, minha amiga e irmã adotiva. Ei, aquela é a Dani? Lobinhaaaaaaaa!

A grifinória de orelhas pontudas se atirou nos braços da amiga.

- Finalmente você conseguiu escapar das garras do morsa! Storm, essa é a Dani Lupin. Dani, esse é Chris Storm.

O lufano anotou mentalmente o nome da outra amiga da Arwen, se continuasse assim não iria lembrar mais nenhum quando saisse da festa.

- Muito prazer conhecê-lo. Bom, marotinha, que tal colocar as coisas naquela mesinha ali e... Ei, você poderia arrumar a mesa com os petiscos? Estou ocupada com a ambientação da reunião... Divirtam-se meninos. - E a Irritadinha virou-se para circular entre os convidados (ou não).

Resignada, a marota de grandes e pontudas orelhas voltou-se para a mesa indicada pela amiga, cantarolando de novo, mas dessa vez uma nova canção.

- Lerê lerê lerê lerê lerê...

Chris observou silenciosamente a menina pegando algumas cestas para dispor seu conteúdo na mesa. Uma idéia atravessou rapidamente a sua cabeça e antes que pudesse pensar no que fazia, estava dividindo as cestas com a garota.

- Deixe-me ajudá-la com isso... Além de carregar, o que mais posso fazer? - ele se ofereceu?

- Dê-me aqui um pouco disso também. - Belmont tomou o que restava da carga que a menina carregava para si, dirigindo-se à mesa.

- Bom, e eu? Só arrumo a mesa? - Arwen perguntou olhando de um para o outro.

- Como uma boa dama. - O lufano sorriu para a grifinória

Em pouquissimos minutos os dois rapazes arrumaram tudo para Arwen, que somente ficou vendo aquela cena única. Parecia que os dois queriam terminar um antes do outro. Antes que pudesse falar qualquer coisa, a grifinória sentiu seu braço sendo puxado e virou para ver quem era.

- Acho que você vai precisar de uma ajuda. - Selina falou sorrindo.

- Mais uma? Eles já terminaram, não precisa se incomodar. Obrigada de qualquer forma - Arwen olhou confusa para a garota de cabelos azuis e sorriu sem graça.

- Vem comigo elfa inocente... - A sonserina sorriu marotamente para Arwen.

- Que foi? Que houve? Selina... - A garota falava confusa enquanto era puxada para um lado mais afastado do pessoal.

Ao pararem na janela Selina virou para ver como estavam os dois rapazes que antes estavam auxiliando a grifinória de orelhas pontudas, os dois se olhavam discreta e seriamente. Arwen virou para onde a sonserina olhava e ficou tentando entender o que ela estava vendo, mas tudo o que via era Joss e Chris olhando rapidamente um para o outro.

- Você realmente não está vendo? Até para os seres "normais" está ficando óbvio. - A sonserina estava quase rindo da situação. - Desde o nosso pequenino choque eu tenho conseguido controlar melhor o que vejo, ainda não te agradeci.

- De nada, mas o que isso tem a ver comigo?

- Arwen, está bem claro que os dois estão disputando sua atenção. Está certo que eu consigo ver o que eles estão sentindo e está bem engraçado vê-los quase brigando um com o outro e sendo educados ao mesmo tempo, mas você estava me parecendo meio tonta naquele meio e quis te avisar.

A grifinória de olhos castanhos cor-de-mel fitou intrigada, a sonserina diante de si. Até fazia algum sentido o que ela estava dizendo, mas ao mesmo tempo aquilo lhe parecia tão surreal que nem de longe era fácil acreditar que fosse verdade. Lançou um olhar de esguelha para os dois rapazes, que continuavam seus "preparativos" e, virando-se novamente para Selina, disse:

- Obrigada, Selina. Quanto ao tonta, faz parte do meu jeitinho pamonha de ser. Talvez eu consiga processar essa informação confusa e atravessada algum dia - Arwen meneou a cabeça - Bom, vou voltar para o preparo da mesa, eu até te convidaria pra me ajudar, se... Bem, e, você já viu até mais do que eu... – e finalizou dando os ombros.

Selina sorriu para a garota diante de si.

- Se quiser conversar depois, quando estiver tudo mais claro...

************ fim do flashback ************

Continua...


Escrito por Zoreia, Selina, Josh e Chris.

quinta-feira, abril 12, 2007

Dois rapagões e uma pequena dama - parte 1

Uma grifinória de cabelos longos e negros estava sentada à beira do lago numa tarde extraordinariamente fria. Enquanto Arwen Potter riscava a grama com um galho seco que encontrara nos arredores de onde estava, a garota aproveitava para tentar colocar os pensamentos em ordem. Dava graças a Merlin por ter um horário sem a companhia das suas amigas. Não que elas a incomodassem, mas naquele momento, a zoreiuda-mor de plantão precisava ficar sozinha para pensar. Estava num daqueles momentos "eu comigo mesma" que aproveitava para pensar na vida e tomar decisões, ora importantes, ora nem tanto.

O assunto em pauta na sua cabecinha ainda era a festa na torre de astronomia, a reunião clandestina para os barrados no baile do clube do Slug. É verdade que já se passara algum tempo desde o ocorrido, mas desde então tudo pareceu ficar ainda mais confuso do que já estava. Como se não bastassem todos os problemas e mistérios envolvendo sua família, suas origens, ela ainda tinha que arrumar mais sarnas para se coçar.

Na ocasião do passeio a Hogsmeade, após a desagradável experiência de encher a cara de firewisky, Arwen acreditou estar ligeiramente interessada no amigo corvinal. Naquela circunstância isso não ficara claro para a garota, mas depois de alguns dias, pode enxergar isso de forma mais fácil. No entanto, quando tudo parece estar de um jeito, a mão do invisível pega o mundo e o vira de cabeça para baixo.

********* Flashback ***********


Um rapaz da lufa-lufa voltava para o salão comunal da sua casa imaginando como estaria a festa que muito falaram que aconteceria. Não esperava ser convidado, não era só novo lá, mas seus pais e familiares não era famosos nem importantes. Não do modo que o professor de poções achava, para ele seu pais eram únicos. Chris Storm saiu dos seus pensamentos ao ouvir uma voz conhecida à sua frente, mais exatamente perto da cozinha. Sorrindo, ele foi ver se teria uma boa companhia para uma boa conversa.

O lufano ficou satisfeito ao reconhecer quem vira primeiro - a grifinória de orelhas pontudas que ele conhecera numa ocasião um pouco estabanada - a menina estava num dos corredores semanas atrás, esparramada no chão e o rapaz, distraído, tropeçou na moça, provocando um pequeno ataque de ira na grifinória. Depois disso, tornaram-se colegas amigáveis e ele realmente gostava da companhia engraçada da menina. Como havia chegado a pouco tempo na escola e, ainda por cima, contra a vontade dos pais, Chris não tinha ainda muitos amigos e se sentia sozinho.

Arwen Potter estava na festa improvisada por Alexis na torre de astronomia no dia da reunião do Slug Club e em algum momento, notaram que não havia a segunda coisa mais importante numa festa: comida. Ato pensado, isso a Zoreia tinha certeza absoluta, Irritadinha a colocou pra fora da torre para procurar comida. De companhia e ajudante, convocou Josh Belmont para escoltar a marota-maria e ajudá-la a carregar as cestas enquanto Alexis recebia os convidados. Assim, os dois amigos caminharam em silêncio até o quadro da fruteira, no subsolo do castelo, na esperança de surrupiarem algumas guloseimas na cozinha. Foi durante a chegada da dupla na entrada do alvo que Arwen se sobressaltou de leve com a aparição repentina do garoto da Lufa-Lufa.

- Se tem algo que já aprendi na minha pequena estada em Hogwarts é que todos sabem o caminho da cozinha. - O lufano brincou, chamando a atenção do outro rapaz que acompanhava a zoreia.

A grifinória sorriu espontaneamente para o recém-chegado e Belmont o cumprimentou com um menear de cabeça.

- Você quase me mata do coração, Storm. E não sei se todos sabem o caminho da cozinha, mas a marotada com certeza conhece desde os primeiros dias por aqui... - a garota respondeu – Tudo bem com o senhor?

- Tudo bem. Somente indo para meu salão e flagrando alguns ladrões de lanches... - O lufano sorriu em resposta ao comentário da grifinória e depois virou para Belmont, respondendo o cumprimentando.

Ao ver os dois sozinhos na sua frente Storm achou que estava atrapalhando algo. Na última vez tinha mais um outro rapaz na mesa da biblioteca, mas pelo horário e os dois estarem sozinhos, achou que poderia estar empatando.

- Eu... Não queria atrapalhar vocês dois, desculpa. Vou para a Lufa. Até. - Ao falar isso, o lufano não soube dizer por quê, mas algo dentro dele pedia para ficar.

A grifinória corou com o comentário do lufano e o corvinal, vendo que o rapaz estava interpretando as coisas de uma maneira equivocada, tratou de tentar consertar aquilo.

- Você não está atrapalhando de forma alguma, Storm. Fui designado por uma senhorita mandona a escoltar a jovem aqui durante o assalto, e isso é tudo. - Josh explicou sem muita empolgação.

- É, inclusive... Bom, você não está na festa do Slug e isso é um tanto óbvio... O que vai fazer nas próximas duas ou três horas? - Arwen sondou educadamente.

- Deixa eu pensar... Provavelmente irei ficar lendo algo na minha cama. Por quê? - Chris ficou curioso com o comentário dos dois e feliz com a resposta que ouvira de Belmont.

A garota sorriu.

- Bom, faz parte da tradição marota não nos enveredarmos pelo lodaçal do puxa-saquismo e não partilhar de reuniões do gênero... Bem, embora a Lupin não tenha conseguido cumprir o propósito. De qualquer forma, estamos angariando convidados para uma reuniãozinha secreta na torre de astronomia para os excluídos por pura e espontânea vontade da festinha do Slug. Tá afim?

O rapaz abriu um sorriso de orelha a orelha sem perceber. O convite da menina veio em hora providencial, era exatamente o que ele estava precisando.

- Claro, estou dentro! Isso é, se eu não for atrapalhar, é claro...

- Já dissemos que não atrapalha - Arwen deu os ombros - Além do que, é mais um braço robusto do sexo masculino para me ajudar a carregar as cestas. Com aquele monte de sonserinos instalados lá em cima, acho que vamos precisar de muitas provisões.

- Ótimo, então. Por onde eu começo? - o lufano perguntou ansioso.

- Que tal entrando na cozinha com a gente? - a marota respondeu com uma piscadela de olho.

*Continua*

Escrito por todo mundo aí em cima

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