quinta-feira, janeiro 05, 2006

Gabe Wars - As Marotas Contra-Atacam - final

*voz de locutor de rádio ou de dublagem da narração de filme de ficção científica*

No episódio de ontem, Gabriel Lupos ganhou uma garrafa de hidromel de presente do Imperador do Mundo da Fantasia, encheu a cara e perdeu a noção do perigo, indo se engraçar com as Marotas. De cara cheia, deu em cima descaradamente da compromissada e arredia Daniela Lupin, levando um tabefe e enquanto o corpo permanecia estirado no chão, Gabe acariciava abobalhadamente o local do carinhoso bofetão e não se deu por vencido: partiu pra cima das outras. Levantou-se e sentou-se quase no colo da orelhuda Arwen Potter."

- E então, orelhudinha? - As sobrancelhas continuavam se mexendo de forma estranha - Já te disse que suas orelhas são do tamanho do meu amor por você?

- Gabe... - ela disse calmamente, apesar da cara mista de espanto e de quem estava achando aquilo tudo muito engraçado, enquanto Alexis ria sem parar ao fundo - Você não está passando bem. Não sabe o que quer dizer... - tentou contornar a situação, prendendo o riso. Não era possível, Gabe só poderia estar brincando!

- Ah, sei sim, sweetheart. Plenamente, você é a deusa dos meus sonhos... É a elfa que flechou meu coração!

Os olhos de Alexis se arregalaram e ela estava ficando cada vez mais roxa de tanto gargalhar. Arwen não sabia se soltava as risadas também ou se deixava o amigo continuar brincando. Escolheu a segunda opção, enquanto Gabe retirava delicadamente os fios de cabelo do rosto da garota, embora o vento teimasse em deixá-los lá, voejando sobre a face da grifinória.

- Gabe, você bebeu querido?

- Ah - disse teatralmente, levando a mão ao peito e fechando os olhos, fazendo um ar sonhador - sua doce voz me chamando pelo apelido... e completando minha felicidade, "querido"... - disse sentando ainda mais perto da menina de orelhas pontudas - soa como música nos meus ouvidos sensíveis e apaixonados. Repita isso, por favor, oh Galadriel das Ilhas Britânicas! Já te disse que estou apaixonado por você?

Antes que ela pudesse responder, ele continuou, pegando as mãos da garota entre as suas e as beijava enquanto prosseguia seu discurso romântico-melódico-alcoolizado.

- Sou o lobo mais feliz do mundo desde que você mandou pro raio que o parta aquele sujeito metido a herói. Ele não te merecia, anjo supremo, rainha de todos as ninfas! Desde então, alimento meu desejo e minhas esperanças floresceram... Arwen, agora que você não é mais comprometida... Case comigo! Serei teu servo por toda a eternidade, rainha élfica dos meus anseios mais encantadores! Servir-te-ei como um dócil hobbit, caído aos teus pés, vivendo tão somente para lhe satisfazer as vontades!

Ele fixava os olhos cor-de-mel da menina, que já não estava mais achando tanta graça naquilo. Ele realmente parecia muito alterado... Arwen precisava de um passa fora urgente, já que agora ele se aproximava ameaçando dar-lhe um beijo a qualquer momento. Ela olhou para Alexis, que fingia ler alguma coisa no livro de História da Magia, mas podia perceber os olhos cerrados da menina, ainda vermelha (quse roxa), e os leves sacolejos de seu corpo por causa das risadas. E teve a idéia. Afinal, Gabe era seu amigo, embora vivessem discutindo, e mesmo bêbado, ela não queria ser indelicada com ele. Não conhecia ninguém melhor para despachar pessoas inoportunas (será que funcionaria com alcoolizados?) do que a marota sentada ali, Alexis Weiss Burghardt Dumbledore, A Irritada, que parecia achar muito engraçado o assédio que ela estava sofrendo.

Arwen levantou-se deixando Gabe no chão. Passava a mão delicada no rosto do menino enquanto dizia "me espere aqui amorzinho, vou até a cozinha buscar algo para comermos".

E saiu cantarolando e saltitando, abanando os braços ao redor do corpo, não antes de dar uma piscadela para Alexis, que dizia aborrecida com os olhos "ei, volte já aqui, não me deixe sozinha com esse maluco" - a situação agora já não parecia tão divertida, uma vez que a atenção fora voltada para ela. A garota baixou os olhos e tentou se distrair com um livro interessantíssimo sobre História da Magia.

- Volte logo, minha musa inspiradora, estarei aqui até o fim dos tempos, esperando você voltar! - ele revirou os olhos até encontrar os amarelados de Alexis Dumbledore - mas enquanto não volta... Que tal aproveitar comigo a manhã ensolarada, hein, minha tigresa?

- Hum? Perdão, falou comigo, Robert? - a garota disse sem emoção e sequer tirou os olhos do livro.

Gabe mostrou confusão, mas sua expressão logo foi substituída pelo ato súbito de arrancar o livro das mãos de Alexis e joga-lo à suas costas, se aproximando cada vez mais do rosto da garota e fazendo com que ela caísse para trás do tronco em que estava sentada.

- Até o ponto em que me lembro, e isso é um mero detalhe, veja bem, meu nome ERA Gabriel. Mas você falando assim, tão doce e suave... gatinha... você pode me chamar do que quiser!

A situação estava ficando mais absurda a cada instante. Após se desvencilhar das tentativas de beijos do sonserino, Alexis tentou contornar a situação falando claro e lhe perguntando o que havia feito mais cedo, talvez assim pudesse entender melhor o motivo da embriaguês. E também se divertir um pouquinho mais com as falas enroladas de Gabe, que agora já parecia um tanto sonolento.

- Não, Alize e eu não eztamoz mai-zuntoz - o garoto fungou ruidosamente, abaixou a cabeça e começou a brincar com algumas folhas secas - Zabe, eu nem ligo. Eztou ótimo zem ela. Eztou zim!

- Ah, então já superou? Que rápido, meus parabéns! - Alexis deu leves tapinhas no ombro de Gabe, mas este tomou sua mão antes que ela pudesse retirá-la. Ele a acariciou e a encostou sobre sua face.

- Não! Eu não zuperei, ainda eztou muito carente, prezizando de alguém ao meu lado nezte momento. Eu dize que eztou ótimo zem ela poiz azim podemoz ficar maiz a vontade... noz conhezermoz melhor, e tal...

- Oh... é... Gabe? Eu não estou muito certa disso, mas suspeito que irei precisar da minha mão se eu quiser pegar meu livro, voltar para o castelo, enfim. Poderia devolvê-la para a sua dona, meu bem? - mas puxões não eram o bastante para que o garoto a soltasse, sendo arrastado de barriga por alguns metros até que Alexis conseguisse reunir seu material.

- Fique aqui comigo, minha deuzza dos olhos de topázzzzzio! Voze eztá forte, anda malhando? - Gabe ficou feliz por não estar mais sendo arrastado, mas viu que Alexis estava quase perdendo a paciência - Não importa, eztá perfeita para mim! Falarei com seu fofô Dumbie ezta noite mezmo, vamoz noz casar aqui em Hogwartzzz! Dumbledzore gozta de mim, ele ficará feliz em ganhar um neto do meu eu, como porte.

Se vendo numa conversa sem fim com o sonserino embriagado e extremamente insistente, Alexis sacou sua varinha, "é agora ou nunca", ela pensava.

- Pela barra das vestes arrastando de Merlim! Robert Gabriel, o que é isso na sua testa?

- O quê? - o garoto se espantou e passou a tatear o próprio rosto em busca de algo incomum.

- Esse... essa... ISSO AÍ bem aí na sua testa... é viscoso e tem... patas! Yárgh! Que nojento!

- Tira! Tira! - dando tapas em sua testa, o garoto parecia em pânico ? me ajude, Alexiz!

- É pra já: ABICIO!

Gabe voou a alguns centímetros do chão ao ser atirado para longe pelo feitiço de Alexis. Era um dos mais fracos da lista de azarações e feitiços que a menina gostava de praticar, então sabia que não causaria nenhum mal, mas abateria o garoto. De qualquer forma ela caminhou devagar até ele, que permanecia imóvel deitado no gramado, olhando para o céu nublado. Agora sim ela poderia voltar para os seus afazeres.

- Gatinha ártica! Vozê... vozê zalvou a minha vida!

O silêncio que antecedera aquela frase de Gabe era bom demais para ser verdade. Alexis, que já estava caminhando em direção ao castelo, olhou para trás e o viu correndo em seu encalço e tropeçando nos próprios pés, em meio a um sorriso frouxo e expressão abobalhada.

- Ah... vozê me ama... eu zabia! - Gabe se atirara nos braços da menina - Vamoz noz casar ainda hoje! Quero ter 5 filhotinhoz, morar e Bagdá e podemoz comprar uma casinha de cachorro para az crianzaz! Zeremoz tão felizes, eu e vozê, vozê e zeu Robert!

- Oh, não! Já chega, Gabriel! Eu entendo que não é fácil superar o fim de um relacionamen... NEM PENSE EM DESCER ESSA MÃO! Enfim, não posso mais deixar essa situação se enrolar ainda mais! Fora que... EU SOU MUITO NOVA PRA CASAR, né!

- Shhhh não diga nada, meu dozinho de figo criztalizado. Eu zei que vozê ze faz de dezentendida para afaztar os garotoz que te dão mole, já obzervei izo. Mas comigo eze joguinho não funziona... - e novamente Gabe voltava às tentativas de beijos.

- Joguinho? Eu não faço joguinho algum, Gabe, você está eng...

- Eu te conhezo melhor do que vozê conheze a mim mesmo que conhezo a mim melhor do que vozê, dozura - o garoto fazia constantes acenos com a cabeça para tirar a franja caída em seus olhos desfocados.

- Hum... então o senhor quer dizer que EU fico fazendo joguinhos? Então vejamos, gosta de brincar? Brincar de esconde-esconde, por exemplo? - enquanto tentava sair do abraço de Gabe, Alexis pensava seriamente em, num futuro bem próximo, presentear as amigas marotas com as meias suadas de seu tio Pafúncio.

- Claro! Joguinhoz zão divertidoz, com vozê então, deve zer uma maravilha, tigreza! - Gabe fez um ruído que Alexis suspeitou ser um rugido de tigre, falho por causa do arroto que veio logo em seguida .

- Então deite-se aí - a garota o fez cair no chão rapidamente, e virou-o de rosto para a grama - aproveite o dia "ensolarado" que você disse fazer hoje. Vou me esconder, espere até eu gritar para você vir me procurar, ok? - e correu o mais rápido que pode para fugir dali.

- Eza é a minha gatinha criztalizada de olhoz árticoz! Não... meu dozinho ártico de deuza do figo! Não ainda... bom, não intereza. Eu vou ficar aqui e ezperar até chegar a hora de eu me encontrar com ela. Mal pozo esperar, nóz vamos morar... numa... casa verde, e meu tio vai noz vizitar e... eu farei panquecas... no jantar... e...

Em algum ponto entre frases desconexas e beijos no tronco ali perto, Gabe acabou pegando no sono. Alunos curiosos que assistiram boa parte da novela, tentaram acordar o sonserino, que se mantinha fortemente abraçado às folhas secas do chão, mas não houve resultado.

Escrito por Gabe, Dani Lupin, Alexis e Arwen.
Arwen Lórien Potter às 11:08 h

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