quinta-feira, abril 12, 2007

Dois rapagões e uma pequena dama - parte 1

Uma grifinória de cabelos longos e negros estava sentada à beira do lago numa tarde extraordinariamente fria. Enquanto Arwen Potter riscava a grama com um galho seco que encontrara nos arredores de onde estava, a garota aproveitava para tentar colocar os pensamentos em ordem. Dava graças a Merlin por ter um horário sem a companhia das suas amigas. Não que elas a incomodassem, mas naquele momento, a zoreiuda-mor de plantão precisava ficar sozinha para pensar. Estava num daqueles momentos "eu comigo mesma" que aproveitava para pensar na vida e tomar decisões, ora importantes, ora nem tanto.

O assunto em pauta na sua cabecinha ainda era a festa na torre de astronomia, a reunião clandestina para os barrados no baile do clube do Slug. É verdade que já se passara algum tempo desde o ocorrido, mas desde então tudo pareceu ficar ainda mais confuso do que já estava. Como se não bastassem todos os problemas e mistérios envolvendo sua família, suas origens, ela ainda tinha que arrumar mais sarnas para se coçar.

Na ocasião do passeio a Hogsmeade, após a desagradável experiência de encher a cara de firewisky, Arwen acreditou estar ligeiramente interessada no amigo corvinal. Naquela circunstância isso não ficara claro para a garota, mas depois de alguns dias, pode enxergar isso de forma mais fácil. No entanto, quando tudo parece estar de um jeito, a mão do invisível pega o mundo e o vira de cabeça para baixo.

********* Flashback ***********


Um rapaz da lufa-lufa voltava para o salão comunal da sua casa imaginando como estaria a festa que muito falaram que aconteceria. Não esperava ser convidado, não era só novo lá, mas seus pais e familiares não era famosos nem importantes. Não do modo que o professor de poções achava, para ele seu pais eram únicos. Chris Storm saiu dos seus pensamentos ao ouvir uma voz conhecida à sua frente, mais exatamente perto da cozinha. Sorrindo, ele foi ver se teria uma boa companhia para uma boa conversa.

O lufano ficou satisfeito ao reconhecer quem vira primeiro - a grifinória de orelhas pontudas que ele conhecera numa ocasião um pouco estabanada - a menina estava num dos corredores semanas atrás, esparramada no chão e o rapaz, distraído, tropeçou na moça, provocando um pequeno ataque de ira na grifinória. Depois disso, tornaram-se colegas amigáveis e ele realmente gostava da companhia engraçada da menina. Como havia chegado a pouco tempo na escola e, ainda por cima, contra a vontade dos pais, Chris não tinha ainda muitos amigos e se sentia sozinho.

Arwen Potter estava na festa improvisada por Alexis na torre de astronomia no dia da reunião do Slug Club e em algum momento, notaram que não havia a segunda coisa mais importante numa festa: comida. Ato pensado, isso a Zoreia tinha certeza absoluta, Irritadinha a colocou pra fora da torre para procurar comida. De companhia e ajudante, convocou Josh Belmont para escoltar a marota-maria e ajudá-la a carregar as cestas enquanto Alexis recebia os convidados. Assim, os dois amigos caminharam em silêncio até o quadro da fruteira, no subsolo do castelo, na esperança de surrupiarem algumas guloseimas na cozinha. Foi durante a chegada da dupla na entrada do alvo que Arwen se sobressaltou de leve com a aparição repentina do garoto da Lufa-Lufa.

- Se tem algo que já aprendi na minha pequena estada em Hogwarts é que todos sabem o caminho da cozinha. - O lufano brincou, chamando a atenção do outro rapaz que acompanhava a zoreia.

A grifinória sorriu espontaneamente para o recém-chegado e Belmont o cumprimentou com um menear de cabeça.

- Você quase me mata do coração, Storm. E não sei se todos sabem o caminho da cozinha, mas a marotada com certeza conhece desde os primeiros dias por aqui... - a garota respondeu – Tudo bem com o senhor?

- Tudo bem. Somente indo para meu salão e flagrando alguns ladrões de lanches... - O lufano sorriu em resposta ao comentário da grifinória e depois virou para Belmont, respondendo o cumprimentando.

Ao ver os dois sozinhos na sua frente Storm achou que estava atrapalhando algo. Na última vez tinha mais um outro rapaz na mesa da biblioteca, mas pelo horário e os dois estarem sozinhos, achou que poderia estar empatando.

- Eu... Não queria atrapalhar vocês dois, desculpa. Vou para a Lufa. Até. - Ao falar isso, o lufano não soube dizer por quê, mas algo dentro dele pedia para ficar.

A grifinória corou com o comentário do lufano e o corvinal, vendo que o rapaz estava interpretando as coisas de uma maneira equivocada, tratou de tentar consertar aquilo.

- Você não está atrapalhando de forma alguma, Storm. Fui designado por uma senhorita mandona a escoltar a jovem aqui durante o assalto, e isso é tudo. - Josh explicou sem muita empolgação.

- É, inclusive... Bom, você não está na festa do Slug e isso é um tanto óbvio... O que vai fazer nas próximas duas ou três horas? - Arwen sondou educadamente.

- Deixa eu pensar... Provavelmente irei ficar lendo algo na minha cama. Por quê? - Chris ficou curioso com o comentário dos dois e feliz com a resposta que ouvira de Belmont.

A garota sorriu.

- Bom, faz parte da tradição marota não nos enveredarmos pelo lodaçal do puxa-saquismo e não partilhar de reuniões do gênero... Bem, embora a Lupin não tenha conseguido cumprir o propósito. De qualquer forma, estamos angariando convidados para uma reuniãozinha secreta na torre de astronomia para os excluídos por pura e espontânea vontade da festinha do Slug. Tá afim?

O rapaz abriu um sorriso de orelha a orelha sem perceber. O convite da menina veio em hora providencial, era exatamente o que ele estava precisando.

- Claro, estou dentro! Isso é, se eu não for atrapalhar, é claro...

- Já dissemos que não atrapalha - Arwen deu os ombros - Além do que, é mais um braço robusto do sexo masculino para me ajudar a carregar as cestas. Com aquele monte de sonserinos instalados lá em cima, acho que vamos precisar de muitas provisões.

- Ótimo, então. Por onde eu começo? - o lufano perguntou ansioso.

- Que tal entrando na cozinha com a gente? - a marota respondeu com uma piscadela de olho.

*Continua*

Escrito por todo mundo aí em cima

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