sexta-feira, julho 15, 2005

Um grito no escuro

Caí na minha cama bufando de raiva!
Cara de pau do Harry, viu! E aquelazinha, não perde por esperar.
Enrolei-me nos meus cobertores e apaguei as velas, mas não conseguia pregar os olhos. Não conseguia pensar noutra coisa, somente ruminar toda aquela situação indigesta. Queria conversar com alguém, mas estava sozinha. Todos ainda estavam na festa.

Foi quando ouvi alguém me chamando desesperadamente do lado de fora. Uma voz familiar.
Vesti meu roupão e saí pelo quadro da mulher gorda, e depois para fora do castelo... em direção à Floresta Proibida, de onde vinham os gritos. Andei tão rápido que logo eu adentrava a floresta. À noite. Sozinha.
Corria por entre as árvores, os galhos arranhando meus braços, minhas pernas, meu rosto.
Eu não sabia de quem se tratava, óbvio, mas eu sabia que conhecia aquela voz. E sabia que tinha que fazer alguma coisa. O que ou como, sozinha, eu não sabia, mas eu precisava encontrá-lo.

Comecei a correr o mais rápido que pude. Via muitas luzes entre as árvores e sombras de aves gigantescas sobrevoando a floresta, algumas em vôo rasante. As sombras das garras das aves nas clareiras da mata eram aterrorizantes. As aves faziam bastante barulho. Ouvi muitas outras vozes e outros gritos.
E fui me embrenhando floresta adentro.
Até que alcancei um vulto, que gritava e chorava, deitado no chão sobre gravetos e mato.

Sentei-me no chão e tomei a pessoa nos braços. Estava muito escuro, não dava para ver o rosto, nem coisa alguma.
A pessoa balbuciou algumas palavras indecifráveis. Eu chorava sem saber porquê. E o indivíduo desfaleceu em meus braços, sem que eu nada pudesse fazer.
Uma sensação de desespero crescente tomou conta de mim. E eu não sabia como agir.
Olhava ao redor e não via a menor chance de sair dali e salvar aquela pessoa, quem quer que fosse.

Olhei para o alto e vi algo se aproximando. Cada vez mais...
E mais...

Abaixei-me o mais que pude, tentando me proteger.
Um buraco abriu-se no chão embaixo de mim, e sem poder fazer nada, afundava em queda livre...

Um baque e abri os olhos, assustada, chorando. Estava na minha cama. Alexis dormia ressonando na cama ao lado.

Fora outro daqueles pesadelos. Dessa vez, mais rico em detalhes.
Definitivamente, preciso conversar com alguém. Contei dos sonhos para Alexis e Dani, que me sugeriram conversar com o professor Lupin, que além de nos treinar em DCAT no Accio, é pai de uma das minhas duas melhores amigas.
Sim, é isso que farei.

Deitei-me de novo, tentando adormecer.
Arwen Lórien Potter às 20:25 h

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