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Do Diário de Arwen Potter

Dormitório feminino da Torre da Grifinória, 10 de março de 2004.

Dia memorável, sem dúvida! Marcante em todos os sentidos.
O dia começou com uma chapoletada da Malu nas minhas orelhas... às 5 da manhã... hoje foi o dia do jogo de quadribol contra a Corvinal. Katie Bell pegou uma detenção do Sebos... ahh... bom, agora que Neli* chegou a Hogwarts, e mais ainda, chegou à AD, tenho que controlar o meu bocão de caçapa... para não dar mancada, não é? O que aliás, é a minha especialidade...

Voltando ao quadribol... a Katie Bell pegou uma detenção do Snape e não pode jogar... então, como boa artilheira reserva, assumi o jogo desde o início.
Estranha a sensação de jogar contra a Corvinal. Várias sensações diferentes, sabe? Jogar ao lado de Harry realmente é recompensador. Mas jogar ao lado de Harry e CONTRA Chang... uma experiência inédita e notória.
Antes do jogo soube eu de algumas frases despeitadas da moça a meu respeito. Honesta e sinceramente... eu não a odeio. Tenho muita pena dela. Por vários motivos, sabe? Quem vai sempre sair perdendo com este comportamento é a própria. Vem ganhando antipatia gratuita de meia Hogwarts. Por nada. E ser comparada a ela não tem sido uma boa experiência. Draco Malfoy um dia me paga por todas as gracinhas que ele vem aprontando...

Voltando ao jogo... nossa, como estou dispersa! Não durou muito tempo. Marquei alguns gols, eu realmente me surpreendi com a velocidade que ganhei no jogo. A professora McGonnagal chegou a considerar uns treinos como apanhadora, para eventuais problemas... Problemas? O que ela quis dizer com isso?
90 a 10 para a Grifinória e Harry apanhou o pomo bem nas fuças da Chang. Confesso que senti uma pontadinha de ciúmes... mas eu sei que isso já passou. No entanto, a cabecinha tosca é um problema.

No caminho de volta para o castelo, aconteceu algo estranho.
Não me recordo de ter chegado no Salão Principal. De repente, me vi numa sala semi-iluminada por castiçais bruxuleantes... eu sentia medo! Mas varinha em punho, adentrei uma porta entreaberta... Vi um vulto de costas. Alto, de pele muito branca. Havia também uma cobra no chão. Arregalei os olhos. Não podia ser ele! Não podia! Um riso sinistro... ouvi algo sobre um ataque, bruxos, trouxas e semi-humanos mortos... ouvi mencionar algo sobre os Longbottom. Algo sobre Hogsmeade... não entendi direito.
Outra risada assombrosa.

Névoa completa. Eu já não estava mais lá. Estava na Ala Hospitalar. Deitada. De repente vi dois olhos extremamente verdes... e úmidos, lacrimejantes me olhando... Olhos por trás de lentes, extremamente tristes. Eles diziam... "Eu perdi!" E eu dizia em pensamento... "Nunca, Dumbledore não permitiria. Você vai tomar o espaço que lhe pertence... e então, a batalha será de igual para igual... E a guerra será declarada".

*****


Quando dei por mim, de fato eu estava na ala hospitalar. Ele, a Professora McGonnagal e Madame Pomfrey me observavam atentamente. Foi quando ouvi aquela voz que tanto me acalma...
- Arwen... você se lembra do que aconteceu? Lembra-se de alguma palavra do que disse?
- Não, professor Dumbledore... Eu disse alguma coisa???
- Sim, Arwen, você disse. Não se lembra de nada?...

Contei para Dumbledore e McGonnagal o que eu havia sonhado... sim, porque aquilo só podia ser um sonho mesmo.

- Eu presumo que não, Arwen...
- Como assim, professor Dumbledore??? O que o senhor quer dizer com...
- Arwen, eu creio que você tenha tido uma premonição...
- Premonição???
- Sim... Você acaba de sair de um transe... onde você descreveu com uma riqueza de detalhes incrível um ataque... a Hogwarts.
- ...
- Por Voldemort, criança.
- E... hã? Não entendo, como pode ser isso? Eu nem sou uma boa aluna de Adivinhação, não gosto muito das aulas da professora Sibila e... ahhh...

Parei de falar quando senti o olhar repreensivo da Professora McGonnagal sobre mim. *Bocão de caçapa falando demais de novo*

Dumbledore retomou.
- Creio que você está tendo visões... talvez sejam profecias. É muito cedo para dizer. Mas de qualquer maneira, precisamos prepará-la... embora eu não acredite muito que haja um meio de fazê-lo.

A Professora McGonnagal finalmente falou.
- Arwen, videntes verdadeiros são muito raros... Temo que você seja uma.
- Por agora, volte para a Torre da Grifinória... mais tarde, depois do jantar, procure a professora McGonnagal em seu escritório. Ela lhe dará todas as coordenadas dos seus estudos... - disse Dumbledore.
- Coordenadas? Estudos?
- Arwen, agora é melhor você ir. Harry, Angelina, Malu, Alexis, Daniela Lupin e William te esperam ansiosos do lado de fora do escritório.
- Sim senhor.

Será possível? Eu, vidente?
Não contei a conversa para ninguém. Nem o que vi. Harry estranhou, mas não ficou me perguntando. Mione me olhava com uns olhos compridos no jantar, mas eu não disse nada. Ela também não me perguntou nada.
Não comi. Não consegui. Agora, estou me preparando para ir de encontro a Professora McGonnagal.


Notas:
*Neli é filha do professor de poções.

Arwen Lórien Potter às 09:33 h