sexta-feira, julho 15, 2005

A hora da verdade

Lá estávamos o trio parada-dura na beira do lago fuxicando, pra variar. Dani Lupin e Alexis Dumbledore riam às minhas custas, dizendo não saber porquê Dumbledore me pediu para que eu não desobedecesse nenhuma regra nos próximos dias.

Hahahahaha, desobedecer as regras! Mas quando é que você faria isso? Alguma vez alguma de nós desobedeceu a UMA única regra sequer??? - zoava Dani, e nós ríamos. Eu amo esses encontros com as minhas amigas. Pelo menos eu tenho um pouco de paz e me esqueço de pesadelos, coisas estranhas e outras sem sentido.

Do que estão rindo? Eu também quero rir!
Harry se aproximava de nós. Sentou-se ao meu lado, passando o braço na minha cintura e deu-me um beijo na testa.
Minhas amigas entreolharam-se, com aquelas caras de "ops, lugar errado, hora errada". Levantaram-se num salto.

Bom, já estávamos mesmo de saída. Bye, pombinhos!

Ficamos então a sós. A vontade de sorrir foi-se embora com as nuvens passageiras no céu. Eu fixava o lago, ruminando meus pensamentos. Resolvi que não poderia esconder mais dele o que vinha acontecendo. Decidi tirar o peso do silêncio das minhas costas e dividir com ele.

Harry... eu ando tendo pesadelos. Terríveis. Praticamente todas as noites. E eles vêm se tornando cada vez mais nítidos... Um pavor, luzes, escuridão... e acho que alguém morrendo... Não sei se tem a ver com você... mas...

Vai começar a dar uma de Sibila agora? Vendo presságios de morte para a minha pessoa também? Acho que essa monitoria de Adivinhação não está te fazendo muito bem... Ora, vamos, deixa disso. Afinal, todo mundo sabe que eu corro esse risco mesmo, natural alguém próximo a mim, como você e meus amigos ficarem mais preocupados.

Baixei os olhos pensativa. Bem que eu queria acreditar nisso. Que fossem só sonhos ruins e que segunda-feira todos estaríamos a bordo do Expresso, indo embora para as férias, e em setembro voltaríamos a nossa vidinha trivial...

Ah sim... Dumbledore me pediu para te dizer que você... fechasse sua mente. Pensei que as suas aulas de oculomência tivessem acabado. Você também está me escondendo alguma coisa... Eu posso sentir.

Foi a vez de Harry fitar as águas claras do lago como quem olha para coisa alguma. Calou-se por alguns minutos. Tomou fôlego e começou:

Nâo sei como ainda fico impressionado com Dumbledore. Ele realmente sabe de tudo o que acontece...

Tudo? - perguntei, interessada.

Ok, a hora da verdade. Andei conversando comigo mesmo outro dia, aqui nesse mesmo lugar. E uns pensamentos invadiram minha mente, como que vindos de fora mesmo, como se alguém dissesse algo dentro da minha cabeça... - fez uma pausa, apreensivo - e, engraçado, dizia que quem corria risco de vida era você.

Muito bom, Sr. Trelawney! - e ri - acredito sinceramente que todos nós, sem exceção, corremos risco por esses dias... tudo tão tenso, tão estranho... sinto cheiro de maldade e atrocidades no ar. Você também sente? Mas ainda acho que quem mais corre riscos, sem dúvida, é você.

É o seguinte: o tal pensamento dizia que você... que você seria usada como isca. Para me atingir. Entende? Me diga que entendeu a gravidade disso e, por favor! Não me faça NADA, eu disse NADA que possa te colocar em risco, ok? Me promete isso?

As últimas palavras de Dumbledore ecoaram na minha cabeça. Então tudo fez sentido. E meu queixo, eu tive que pegar na grama.

"Não desobedeça nenhuma regra..."

Uma sombra apareceu no meu campo de visão. Olhei para cima e vi uma ave branca... uma coruja...

Edwiges? - pensei.

Mas ao se aproximar pude reconhecer a coruja.

Galadriel! Carta da minha mãe? Agora, quase nas férias???
Arwen Lórien Potter às 21:35 h

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