sexta-feira, julho 15, 2005

Corra Arwen, corra...

Poucos minutos após o Chapéu Seletor definir para onde iriam, os corvinais e lufa-lufas, que estariam fora dos limites internos do castelo, partiram para a sua missão. A professora McGonagall nos distribuiu em grupos nas diversas partes do castelo, bem como fez Snape com seus alunos sonserinos. Ficamos juntos Harry, eu, Denis Creevey , Parvati Patil e Nathalie McDonald. Harry me segurava fortemente pelas mãos, como se eu fosse escapar a qualquer momento. Ele cochichou - não saia de perto de mim, ok?

Assenti com a cabeça e rumamos para o corredor próximo à bliblioteca. Mal chegamos e o caos já se instalava por todo o castelo. As crianças do primeiro ano, apavoradas, gritavam agudamente, causando um ruído ensurdecedor. Por todos os lados ouviam-se pancadas e baques surdos de enormes pés de trasgo pisando brutamente e destruindo as paredes e o chão.
Estávamos de varinhas empunhadas e Harry estuporou um furanzão obsceno, que nos atacava.
Um grupo de goblins vinha em nossa direção, eram aproximadamente uns 20, e nos cercaram.

ESTUPEFAÇA!, berrei.

Continuamos lançando rajadas vermelhas das nossas varinhas. Ora estuporando bichos, outras os meninos travavam batalhas corporais com os intrusos.

Paredes inteiras começaram a desmoronar, e uma enorme pedra atingiu em cheio a perna de Denis Creevey. Harry pediu a Nathalie que tentasse levá-lo para algum lugar seguro, com muito cuidado.

Os corredores agora estavam tomados por alunos desesperados em fuga, acompanhando alguns alunos mais velhos, que tentavam escondê-los nos armários de vassouras. Alguns comensais começaram a ser vistos circulando com as cabeças cobertas, maltratando as crianças e molestando as jovens. Corremos até o final do corredor, Harry, Parvati e eu, quando fomos interceptados por Macnair, o antigo carrasco de Bicuço. Ele apontou a varinha em nossa direção e antes que ele pudesse dizer qualquer coisa, gritei EXPELIARMUS atrás do Harry, que por sua vez berrou ACCIO VARINHA!, recolhendo-a.
O comensal partiu para cima de nós com as mãos, capturando Parvati.

Parvati, não se mexa, PETRIFICUS TOTALUS!

Nos misturamos no meio do tumulto. Foi quando minha cabeça girou e eu pude ver...

A floresta estava escura, chuvosa, e minha mãe correndo, chamando por mim, em prantos...

Foi uma fração de segundos, e eu me perdi do grupo no meio do reboliço. Não pensei em mais nada. Corri desesperadamente em direção ao hall de entrada do castelo, escorregando como sabão dos trasgos e furanzões, abaixando-me, esquivando-me para não ser atingida por nenhum feitiço e, de uma maneira incrivelmente fácil e ilesa, consegui sair do castelo.

Agora eu corria nos gramados sombrios, sob o céu escuro e sem estrelas, em direção à floresta.


Alcancei a orla da mata depois de poucos minutos. Por todos os lados para onde olhava, via jatos de luz entre a folhagem, gritos e mais seres não humanos atacando aqui e ali. Havia também ali trasgos, goblins, smoke makers, sem face e outras tantas criaturas malévolas. Eu corria alucinada, com a visão repetitiva da minha mãe cada vez mais clara em minha mente. Um enorme galho rasgou a pele do meu braço, mas não parei para ver, continuei correndo, correndo, correndo...

Um comensal que não pude ver o rosto no meio da escuridão pulou na minha frente, tentando me impedir de prosseguir. Gritou "tarantallegra", e num reflexo, berrei PROTEGO, e o feitiço voltou-se contra o comensal, fazendo suas pernas sapatearem freneticamente. E continuei correndo.

Boa menina, boa menina...

Corra, Arwen, corra...


Uma voz ecoava na minha cabeça, dizendo essas palavras.
E eu via de novo a cena da minha mãe caída no chão, chamando-me.

Corra, Arwen, corra... não há tempo para espera... corra...

A escuridão finalmente tomou conta da floresta. Os gritos agora estavam bem longe e umas poucas faíscas podiam ser vistas bem mais aquém de onde eu estava... as árvores ficavam cada vez mais densas, de maneira que era difícil correr, eu apenas conseguia caminhar impaciente.

Lumos!

A ponta da minha varinha se acendeu e continuei caminhando...

Isso menina... venha até mim...

Um arrepio de pavor atravessou minha espinha dorsal como um curisco. Eu devia estar chegando no coração da floresta. Por alguma estranha razão, eu sabia para onde devia ir... meus pensamentos me indicavam a direção a seguir... meu coração guiava meus pés...

Foi quando eu de fato ouvi a voz de minha mãe.

Tentei correr até alcançar uma pequena clareira. Eu sabia que aquela voz tão querida vinha dali. Afastei a folhagem de algumas árvores mais baixas e então eu pude ver.

Ela estava ali, caída no chão, com o rosto sujo e lágrimas nos olhos.

(continua)
Arwen Lórien Potter às 21:45 h

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