sexta-feira, julho 15, 2005

As sábias palavras de Dumbledore

Alcançamos a gárgula na entrada do escritório do professor Dumbledore, Lupin e eu. Ele murmurou as palavras "torta de baunilha" e as estátuas se moveram, revelando uma escada espiral de pedra escura. Não era a primeira vez que eu estava ali, sem dúvida. Mas sempre o que me levara até aquelas escadas foram problemas. E lá estava eu, mais uma vez, com o estômago contorcendo e as mãos suando frio.
Alcançamos os degraus e as escadas começaram a girar, nos levando para cima. A porta do escritório estava aberta, e Dumbledore sentado em sua mesa, olhando por cima dos óculos de meia lua em nossa direção, com um meio sorriso nos lábios.

- Entrem, entrem - disse o professor indicando com as mãos duas poltronas defronte sua mesa.

Nos acomodamos e então professor Lupin começou:

- Professor Dumbledore, gostaríamos de contar algumas coisas e trocar algumas idéias...

- Claro, claro. Pois não, srta. Potter? O que deseja?

Contei resumidamente o que disse ao professor Lupin, que por sua vez, comentou sobre o que havia me dito. Dumbledore ouvia silencioso. Fez uma pequena pausa, e pronunciou-se:

- Aceitam chá com bolachas?

Conjurou um bule fumegando, xícaras e uma cestinha com biscoitos.

Tornou a falar, franzindo a testa, pensativo:

- Lupin está certíssimo, Arwen. Você pode e deve aprofundar-se mais no conhecimento da magia dos seus antepassados. No entanto...

Permaneceu pensativo, fitando-nos como se olhasse através de nós.

- No entanto, acho pouco provável que você consiga fazer isso aqui, em Hogwarts. Muito pouco se sabe nesse lado do mundo sobre os elfos do norte. O que temos disponível, em sua maioria, são contos e lendas. Você pode aproveitar esse material, sem dúvida, mas acredito que você necessite de algo mais.

Eu permanecia quieta, só ouvindo.

- De fato, você precisa se conhecer e aprender a lidar com todos os dons que possui. E descobrir mais alguns, se for o caso. Há muita magia em você, muito mais do que imagina. Mas a escolha deve ser sua. Se quiser, poderemos tomar as providências necessárias. Caso contrário, respeitaremos.

Falei, finalmente.

- E se eu quiser? O que eu preciso fazer?

- Você já foi para Valfenda. Aprendeu um bocado, voltou mais madura. Mas não encontrou lá o que buscava primariamente: a origem da sua vidência. Acho que você deve ir para a Floresta de Lothlórien. Mas é uma idéia. Se quiser, posso mandar um mensageiro a Elrond e iniciar os trâmites. Mas veja bem: você só irá nas férias, certo?

- Sim, senhor - concordei.

- E quanto aos seus sonhos... bom, pense neles como pesadelos comuns. Mas que sirvam de alerta. Algo pode estar por acontecer.

Concordei com a cabeça. Lupin sorriu.

- Agora vá.

Acenamos com a cabeça, em silêncio e nos dirigimos de volta à porta. Dumbledore então pronunciou-se mais uma vez:

- Ah, srta Potter! Faça-me o favor de dizer ao Harry que tente fechar mais a mente!
E, como diria o velho Moody, vigilância constante! Isso serve para a senhorita também. Ah sim! Ia me esquecendo. Não desobedeça absolutamente regra ou ordem alguma. Estamos entendidos?

Piscou o olho esquerdo e virou-se de costas, caminhando em direção à sua mesa.

Voltamos para o saguão em silêncio. Lupin me olhava de vez em quando como que tentando adivinhar o que se passava na minha cabeça, mas não perguntou nada.

Lá vou eu fazer as malas outra vez.
Arwen Lórien Potter às 20:41 h

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